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Na Nazaré a noite foi de Rouxinol e de Salvador

Noite bem composta de público no Sítio da Nazaré. Os Pégoras não facilitaram. Rouxinol e Salvador saíram triunfadores e os Amadores de Montemor fecharam a noite ao primeiro intento.
03 de Agosto de 2014 - 22:40h Crónica por: - Fonte: Taurodromo.com - Visto: 3194
Na Nazaré a noite foi de Rouxinol e de Salvador

Noite de temperatura agradável da Nazaré, na segunda corrida realizada no tauródromo da cidade do litoral centro, que contou com uma casa a rondar os 3/4 de lotação, feitos de um público grato e que muito acarinhou todos os intervenientes.

A praça do Sítio da Nazaré recebeu um curro Pégoras - três com quatro anos de idade e outros três com três anos de idade - cómodos de cara, de variadas pelagens e que no comportamento nada foram uniformes. Os Pégoras não foram exemplares fáceis, nem cómodos, exigindo brega, lide, maneio e transmitiram mais do que o suficiente para que as bancadas abandonassem a praça satisfeitas.

Diante de um curro que não facilitou, houve uma terna de cavaleiros que justificou possuirem argumentos para o confronto - com Marco José a ser o mais azarado, com dois mansos resultantes do sorteio - e com dois Grupos de Forcados que competiram pelo triunfo, com os Amadores de Montemor a sagrarem-se os triunfadores, com três pegas efectuadas ao primeiro intento.

Rui Salvador abriu praça diante de um negro listão, de 520Kg, com o número 6, quatro anos de idade, cómodo de cara, que elegeu os médios nos compridos para se adiantar. Nos curtos reservou-se até escolher em definitivo as tábuas. O cavaleiro de Tomar elaborou uma lide de qualidade. Mudou sempre os terrenos do hastado, preparou as sortes e atacou o oponente para cravar com acerto.
No quarto enfrentou um flavo com três anos de idade, 435Kg, o número 19, que se tapava, não humilhava e que nunca aceitou ser ele quem ditava o arranque. Rui Salvador apanhou-lhe de imediato os modos e aceitou assentar a lide em sortes cingidas. Preparou sempre as sortes com critério, mostrou-se nos cites e colocou a ferragem aproveitando a mangada do oponente. Uma noite de grande acerto do cavaleiro de Tomar, que saiu triunfador da Nazaré, com duas lides em que teve argumentos para enfrentar dois oponentes cheios de defeitos.

O segundo da noite tinha três anos de idade, 475Kg, o número 12 e foi um bravo, nobre, com pata e com fijeza, que Luís Rouxinol aproveitou para triunfar. Sempre por cima do hastado, o cavaleiro de Pegões contagiou as bancadas com cites alegres. Pediu o arranque ao oponente e cravou nos médios, rematando com alegria, trazendo o toiro na garupa. Quando cravou uma rosa tinha o público completamente consigo e terminou a primeira actuação com um par de bandarilhas.
No quinto enfrentou um chorreado de 470Kg, com o número 2 e com quatro anos de idade, que surgiu no ruedo com chispa, bons modos, mas que nunca humilhou em momento algum. Rouxinol bregou com classe e paciência. Preparou as sortes com qualidade e baseou a lide com batidas ao pitón contrário, sempre ligado com o hastado, para cravar com acerto, contagiando as bancadas. Terminou a lide com um ferro de palmo, coberto de aplausos, que pediam ruidosamente um par de bandarilhas. Rouxinol soube não aceder ao exagero do pedido vindo das bancadas e saiu triunfador da Nazaré.

Marco José foi o azarado da noite com o sorteio. O terceiro tinha quatro anos, 480Kg, castanho e procurou sempre a saída, sempre no aconchego das tábuas e que para além do voluntarismo e do labor, a lide nada tem digno de registo.
O sexto tinha 440Kg, três anos de idade, flavo, olho de perdiz e ligeiramente bisco do pitón esquerdo. Enquerençou-se em tábuas na ferragem curta e só ao quarto ferro é que Marco José aproveitou o único abandono das tábuas, que conseguiu sacar ao hastado, para cravar um ferro ao estribo. Ainda colocou um violino que arrancou ruidosos aplausos, mas recebeu aviso de término de lide. E por aqui se ficou a sua prestação, na nocturna da Nazaré.


Na forcadagem a noite foi dura para os dois grupos de forcados em praça.
Abriu a noite João Câmara pelos Amadores de Montemor. Citou, fez a chamada, carregou a sorte e reuniu de forma rija, na córnea, ao primeiro intento. Tiago Telles de Carvalho efectuou uma rijíssima pega, que suportou violentíssimos derrotes. Consumou ao primeiro intento, com o grupo coeso. Manuel Dentinho viu o oponente partir a medir e fechou-se na córnea à primeira tentativa, com o grupo bem fechado a consumar com classe.

Diogo Cruz foi para a cara do primeiro da noite dos Amadores da Chamusca. Foi dobrado por Manu Injai, que se fechou ao segundo intento, na córnea, numa viagem muito dura, com um embate contra as tábuas. Quando o grupo estava a desfazer a formação, tropeçou ao recuar e ficou estatelado na arena, agarrado à perna que pareceu estar partida, tal era a deformação morfológica da mesma. Mário Duarte também suportou uma viagem duríssima e cheia de pata, embatendo contra as tábuas, após reunião na córnea, à primeira tentativa. Fechou a noite João Neves. Citou com classe e sem alaridos. Viu o oponente raspar e protestar. Fez a chamada, trouxe o hastado toureado com a voz. Sentou-se na cara do toiro, reunindo na barbela ao primeiro intento.

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