Maestro João Moura triunfa em noite de cerimónias festivas

Sábado, 31 de agosto de 2013, teve lugar ontem na Monumental Praça de Toiros “Amadeu Augusto dos Santos” no Montijo, uma Corrida de Toiros que tinha como principais acontecimentos a homenagem ao Comandante dos Bombeiros Senhor Vitor Laginha e a Alternativa do Cavaleiro Manuel Comba, para o efeito a Empresa montou um cartel composto pelos cavaleiros João Moura, Tito Semedo, Marco José, Pedro Salvador, Manuel Comba e David Oliveira, três Grupos de Forcados os Amadores da Tertúlia Tauromáquica do Montijo, Amadores de Tomar e Cascais e um curro de toiros da Ganadaria São Martinho.

Antes da corrida ter início entrou em praça a Fanfarra dos Bombeiros Voluntários do Montijo, que atuaram durante alguns minutos, sendo feito um minuto de silêncio em memória dos Bombeiros falecidos no mês de agosto vitimas dos muitos incêndios que tiveram lugar em várias localidades do nosso país.

Era dia de Derby em Lisboa, onde jogavam o Sporting e Benfica, era também dia de corrida de toiros à mesma hora em Almeirim, e não esquecendo que à tarde se realizou uma Corrida no Alandroal e outra na Póvoa de Santa Iria, pelo que face ao exposto, a praça apresentou meia casa preenchida, dando assim uma boa moldura humana nas bancadas desta praça.

Após a realização da Cortesias, teve lugar a cerimónia da concessão de alternativa por parte do cavaleiro mais antigo João Moura ao cavaleiro Manuel Comba, seguindo-se o momento de felicitação dos restantes colegas de cartaz.

Assim foi a corrida de ontem e a respetiva participação de cada cavaleiro:

Manuel Comba – Vestia uma casaca de cor Bordeaux bordada a ouro. Lidou o primeiro toiro da noite com o peso de 560 quilos, um exemplar de pelagem negro zaíno, meano e axiblanco. Esteve em bom plano este jovem cavaleiro de alternativa durante a sua lide, procurando cuidar da brega e cravar bem os ferros correspondentes. Cravou três ferros compridos com destaque para o segundo da ordem. Na série da ferragem curta cravou cinco ferros, dos quais destaco o primeiro terceiro e quinto, este último a pedido do público que muito acarinhou e incentivou este cavaleiro. Esteve pois muito bem perante o toiro da alternativa.

João Moura – Vestia uma casaca azul e oiro, lidou o segundo toiro da noite, um exemplar com o peso de 605 quilos e de pelagem Salgada, Sara ou Cardina, começou o seu labor com a série de dois ferros compridos que foram de muito boa colocação. Na série dos curtos cravou quatro ferros, com destaque especial para o quarto, a pedido do público cravou dois ferros de palmo ou palmitos com realce para o segundo

Esteve durante toda a sua atuação em grande, executando uma brilhante lide, sendo o grande Triunfador da noite, pois executou uma alegre e bem cuidada lide. Bregou, lidou e cravou muito bem todos os ferros que lhe pertenciam cravar. Foi uma atuação de muito nível a desta noite executada por um grande Cavaleiro. Esteve um Senhor Maestro. Parabéns Maestro João Moura.

Tito Semedo – Vestia uma casa de cor preta bordada a ouro, lidou o terceiro toiro da noite com o peso 590 quilos, de capa ou pelagem castanha, começou por receber este exemplar em sorte de Porta Gaiola, e de seguida cravar dois ferros compridos de boa nota. Na série dos curtos cravou quatro ferros todos de boa colocação com destaque para o primeiro em sorte de violino. Esteve bem perante este seu oponente. Teve uma agradável atuação.

Durante o intervalo várias Entidades homenagearam o Comandante Senhor Vítor Laginha.

Segunda parte da corrida

Marco José – Vestia uma casaca de cor azul e ouro, lidou o quarto toiro da noite de pelagem negro bragado meano e axiblanco, com o peso de 560 quilos, durante a sua lide agradável cravou três ferros compridos com realce para o segundo e terceiro. Na série dos curtos cravou cinco ferros com destaque para segundo e quarto. Ainda cravou um ferro de palmo a pedido do público. Durante a sua atuação sofreu um acidente, pelo que não pôde dar a volta à praça, tendo após a lide sido transportado em ambulância para o Hospital do Barreiro. Teve bons momentos de toureio, tendo uma agradável atuação durante o seu tempo de lide.

Em virtude do toiro que deveria ser lidado em quinto lugar não estar nas melhores condições físicas, foi o mesmo recolhido aos currais, pelo que a ordem de atuação dos dois últimos cavaleiros foi alterada, atuando em quinto lugar o cavaleiro que deveria ser o último a atuar.

David Oliveira – Vestia uma casa de cor bordeaux e oiro, lidou o sexto (neste caso e anteriormente dizemos, foi o quinto da ordem) toiro da corrida de pelagem negro cardeno entrepelado, com o peso de 635 quilos, na série dos compridos cravou dois ferros de boa colocação. Na série dos curtos cravou cinco ferros, sendo o quinto a pedido do público, desta série destaco o segundo, terceiro e quinto ferro, sendo este último em sorte de violino. Teve uma agradável atuação que muito agradou ao público.

Pedro Salvador – Vestia uma casaca de cor azul e oiro, lidou o toiro sobrero, de pelagem negro meano e axiblanco com o peso de 500 quilos, começou o seu labor com a cravagem de dois bons ferros compridos. Na série dos curtos cravou seis ferros com destaque para terceiro ferro. Teve também este cavaleiro uma agradável atuação com bons momentos de toureio. Chega com facilidade à bancada.

No que concerne e diz respeito à atuação dos três Grupos de Forcados intervenientes posso dizer que não tiveram uma noite muito fácil, mas cada grupo procurou dar o seu melhor contributo, tentando desta forma resolver bem o seu papel de intervenientes na corrida.

O Grupo de Forcados Amadores da Tertúlia Tauromáquica do Montijo, pegaram o primeiro e quarto toiro da noite:

Francisco Mirrado foi o primeiro forcado em praça, pegando à primeira e à barbela o seu oponente, executando uma boa pega;

Márcio Chapa pegou à terceira tentativa o quarto toiro da noite e por conseguinte o segundo do lote que coube a este grupo. Pega com ajuda carregada.

Grupo de Forcados Amadores de Tomar, pegaram o segundo e quinto toiro da noite:

João Serra foi o o primeiro forcado deste grupo a pegar e pegou o segundo toiro (seu primeiro), executou uma boa e rija pega à primeira tentativa à barbela.foi muito bem ajudado pelos restantes elementos em praça;

João Oliveira, pegou o último yoiro da noite, segundo do lote do seu Grupo, pega executada à córnea, uma rija, dura e grandee pega, que foi a melhor pega das seis nesta noite. Como se diz na Gíria foi um PEGÃO.

O Grupo de Forcados Amadores de Cascais, pegaram o terceiro e sexto toiro da noite (neste caso o quinto da noite pela troca mencionada):

Dário Silva e Joaquim Faísco foram os forcados escolhidos pelo cabo para pegarem o terceiro toiro da noite em sorte de Cernelha, uma sorte hoje em dia muito pouco vista e a qual por norma alguns poucos grupos executam e quando a executam é de recurso. Estiveram bem os dois valorosos forcados que executaram uma rija e emotiva pega de cernelha. Embora o jogo de cabrestos fosse composto por jovens cabrestos, o certo é que o toiro encabrestou muito bem, facilitando assim o labor, esforço e empenho destes dois valorosos forcados;

Joel Zambujeira, pegou o quinto toiro da noite (da ordem alterada), só conseguindo consumar à segunda tentativa a pega deste exemplar. Citou e recuou bem, fechando-se bem e sendo bem ajudado pelos restantes elementos.

Estava em disputa um Troféu para a Melhor Pega da noite, o qual foi atribuído ao Forcado João Oliveira do Grupo de Forcados Amadores de Tomar, que executou sem dúvida a Melhor Pega na noite. Uma pega de levantar o público da bancada e aplaudir de pé.

Pega esta que não foi reconhecida como merecia e deveria ter sido, pois este forcado merecia dar uma segunda volta à arena depois de ter dado uma na companhia do cavaleiro

O curro de toiros desta Ganadaria cujo efetivo pasta na Herdade Monte de São Martinho e Alto das Zorreiras na Freguesia da Granja, Concelho de Mourão, estava bem apresentado no seu todo, saíram à arena montijense toiros de capas variadas, e cumpriram no geral durante as lides, não tendo sido um curro com bravura.

Esta Ganadaria tem como Encaste atual Parladé e outros ramos. A Divisa é Roxa, Branca e Ouro e tem Antiguidade de 31 de Maio de 2003, adquirida em Santiago do Cacém.

Abrilhantou a Corrida a Banda da Sociedade Filarmónica 1º. de Dezembro de 1854 do Montijo

Dirigiu e bem esta agradável Corrida de Toiros o Delegado do IGAC Senhor Lourenço Luzio.