Espora de Prata em Montemor... A improvável escolha do júri...
01 de Setembro de 2013 - 13:33h | Crónica por: Nuno F. M. Duarte - Fonte: Taurodromo.com - Visto: 3198 |
Espetáculo de Variedades Taurinas em Montemor-o-Novo, onde se disputava a Espora de Prata e o Forcado de Prata, possivelmente o mais importante desafio, onde todos os jovens valores querem marcar presença.
Na edição deste ano estavam designados 5 jovens cavaleiros amadores, António Prates, Rouxinol Jr., Francisco Núncio, Mara Pimenta e António Núncio. É correcto referir que são eles mesmo o futuro da tauromaquia portuguesa, e que asseguram deste modo a continuidade desta festa que nos cativa a todos os aficionados positivamente.
O que não nos cativa minimamente, é a constituição nada coerente de júris, diga-se completamente descabida e lamentável, como o ex-bandarilheiro João José, um dos elementos do mesmo, estar ligado ao acompanhamento (visível) da carreira de dois dos intervenientes a concurso, com intervenção directa e excessiva na altura da lide, e, como se previa, no momento de escolher o premiado. Estamos a denunciar algo que dá falsas ilusões a uns e tira ilusões a outros. Por vezes são este tipo de situações que retiram a verdade da competição e que podem intervir negativamente na carreira de jovens promessas.
Falando realmente do que se passou, tarde de calor no último dia de Agosto, e realçando o que de positivo se passou. A praça de toiros de Montemor exibiu quase meia casa com a trincheira repleta de pessoas que nada tinham a ver com o cartaz apresentado. Toiros da Herdade do Poço da Rua que se apresentaram no geral lidáveis.
Abriu Praça António Prates, pela primeira vez com essa incumbência, que o terá deixado algo nervoso, destacando-se no terceiro curto seguida de emocionante pirueta,com a sua terceira montada. No final acabou por ser o mais regular, apesar de não ser a opinião do jurado.
Seguiu-se Francisco Núncio com destaque na arte de bem montar, nomeadamente com a segundo cavalo. A ferragem esteve algo desacertada e no final mostrou responsabilidade ao não dar a volta. Merecia ter música na sua lide para dar um pouco mais de ambiente.
Mara Pimenta foi a terceira a entrar na arena, com a sua imagem simpática, toureria invulgar, destacou-se na ferragem comprida, tendo sido penalizada na segunda parte da lide, onde o seu oponente mostrou dotes de mansidão que nada contribuíram para o seu triunfo. Ainda assim, mostrou-se com muito querer, esforço e coragem. Poderia ter sido perfeitamente, tambem a vencedora do certame.
António Núncio foi o seguinte e mostrou valentia no decorrer da lide, no entanto com algumas falhas, destacando-se positivamente nos cites de praça a praça vistosos, mas com poucos resultados práticos. Foi eleito o vencedor da Espora de Prata.
Por último Rouxinol Jr., devido ao facto do toiro que lhe calhara em sorteio ter sido substituído pelo sobrero. Rouxinol apostou tudo, arriscou com valor numa tentativa de sorte gaiola que não lhe correu de feição. Apesar de algumas adversidades foi bastante dinâmico, com sentido de lide e que teve o seu ponto mais alto no segundo e terceiro curto, alcançando os ferros da tarde. No final recusou-se a dar a volta.
A forcadagem apresentava-se igualmente a concurso, G.F.A de Montemor e G.F.A. de Évora, e uma vez mais a escolha do júri não foi, na nossa opinião, a mais correcta.
Apenas as quatro primeiras pegas estiveram sob análise dos jurados, todas elas conseguidas ao primeiro intento, assim pelo grupo de Montemor foram à cara no 1º da ordem, Vasco Carolino, que citou corretamente, controlou o toiro até ao momento da reunião, onde sofreu um forte derrote e à barbela esteve soberbo com o grupo a auxiliar com coesão (merecedor do forcado de Prata); no 3º toiro foi à cara Guilherme Caeiro que com um cite pouco pautado, um pouco apressado que ainda assim lhe valeu uma boa pega (Segundo o júri, esta foi a melhor pega).
Pelo grupo de Évora foram à cara no 2º toiro Gonçalo Ruvisco, com uma boa pega, numa viagem rija que só terminou com estrondo nas tabuas, e no 4º da ordem foi à cara Afonso Mata numa pega onde prevaleceu a distancia, que contou com a arrancada franca do toiro sem qualquer maldade e bravura, proporcionando uma pega fácil.
O sobrero, fora do concurso, deu origem à pega mais vistosa, à segunda tentativa, Luís Valério, forcado de Montemor, auxiliado com um misto de elementos de dois grupos, proporcionou o momento alto da tarde.
Dirigiu o espetáculo o Director de corrida Sr. Ricardo Pereira.
Formaram o júri os Srs, João Cortesão, João José e Bernardo Cid.