Em Coruche mandou João Telles Jr
27 de Maio de 2013 - 16:35h | Crónica por: Filipe Pedro - Fonte: - Visto: 2476 |
A corrida de Coruche tinha o atractivo de três “exclusivistas” no cartel, dois grupos de forcados com provas dadas e um curro Veiga Teixeira como chamariz de público. O certo é que às 22h00m, a afición coruchense não respondeu à chamada e só durante as cortesias a praça lá se foi compondo, ficando quiçá com ¼ de lotação preenchida.
Com pouca transmissão, assim foi a prestação do curro Veiga Teixeira, que revelou nobreza, mas apenas dois exemplares se podem classificar de bravos.
E foi com um bravo que João Salgueiro abriu a noite. Com 490Kg o Veiga Texeira humilhou nos capotes, mostrou-se disponível para o confronto, com uma mobilidade franca mas reduzida nas forças. Salgueiro tentou imprimir uma lide com ferros de praça-a-praça, adornou-se com ladeios e piruetas, que chegaram para convencer as bancadas. No quarto não teve o mesmo comportamento por diante. Negro, harmonioso nas formas e sem pinga alguma de transmissão, Salgueiro encurtou as distâncias nos cites e colocou a ferragem da ordem. Nos remates residiu a emoção da lide, com as arrancadas do Veiga Teixeira a proporcionarem remates extensos, que deixaram a praça satisfeita.
Rui Fernandes tem enormes razões de queixa no sorteio. O segundo da corrida era um chorreado listão, andarilho por demais, que imprimiu emoção à lide por se ter adiantado logo no primeiro comprido, como que sabendo já ao que ia. E assim foi toda a lide, com Rui Fernandes a tentar colocar o oponente em sorte e a ter de contornar o adiantamento bárbaro do astado. O quinto era tardo a reunir e apenas esteve em praça até ao primeiro curto, altura em que se reservou para não mais mudar de comportamento. Rui Fernandes andou sempre ligado, numa lide com batidas ao piton contrário, cites com balancés, certinho a cravar e a rematar com piruetas, recebendo ruidosas ovações do tauródromo Coruchense.
João Telles Jr foi o grande triunfador da noite. Teve duas lides completamente distintas e ambas de excelente nota. O terceiro exemplar Veiga Teixeira da corrida prometeu bravura assim que entrou no ruedo, mas após o primeiro comprido preferiu reservar-se e escolher as tábuas. Nos curtos o cavaleiro da Torrinha aplicou-se numa brega isenta de defeitos, tirou o astado das tábuas e não mais o deixou para lá voltar. Escolheu os terrenos e cravou a preceito, numa lide nada fácil, imposta por um cunho qualitativo que contornou os inúmeros defeitos do oponente. Fechou a noite diante do melhor exemplar de toda a corrida. Um Veiga Teixeira que humilhou durante toda a lide, respondeu aos cites de qualquer local, investiu com nobreza e carregou nos remates. Telles Jr esteve sempre por cima do oponente, concedeu vantagens, reuniu nos médios com colocações exactas e terminou uma noite de triunfo com dois violinos que arrancaram todos os aplausos.
Nas pegas os Amadores de Évora e de Coruche estiveram taco-a-taco durante toda a noite, com os homens da casa a levarem a melhor mesmo no fim.
Évora:
Ricardo Souza abriu a as hostilidades com uma barbela rija ao primeiro intento;
João Madeira teve uma dura reunião à córnea, e aguentou uma viagem a fugir ao grupo, que consumou à primeira tentativa;
Dinis Caeiro foi à quarta tentativa, a sesgo e junto a tábuas.
Coruche:
Luís Gonçalves efectuou a melhor pega da noite e fechou-se à córnea ao primeiro intento;
Pedro Galamba também reuniu à córnea à primeira tentativa e suportou até às tábuas os derrotes do Veiga Teixeira;
Fechou a noite Paulo Oliveira à segunda, numa reunião muito dura mas nobre e franca até ao grupo.