Arranca com força a feira de Córdoba

Córdoba. 1ª do abono. Novilhada sem picadores. 1/3 de entrada. De luces, Emilio Bresó, “Lagartijo” e Rafael Reyes para tourear um interessante encerro de La Quinta. Humilhação, fijeza, prontidão e repetição foram as qualidades dos erales de La Quinta que permitiram que se presenciasse em Córdoba uma boa tarde de toiros. Arrancou com força o abono cordobes. Ainda bem! Um lote de novilhos homogéneo de tipo e com um comportamento tipicamente Santa Coloma. Não foram facilões, exigiam que lhe fizessem as coisas bem, mas possibilitaram faenas de muito interesse. Saiam violentos mas a maioria ia compondo a investida com o decorrer da faena, chegando mesmo a investir a passo com o focinho a roçar o albedo. Muita qualidade há, sem dúvida, neste sangue!

De costas para a porta dos toriles, assim recebeu Emilio Bresó o primeiro da tarde. Negro bragado de capa, de investida nobre e suave mas de viagens curtas e insonsas. Assim foi o primeiro da tarde. Talvez o pior do encerro. Com o capote, Emilio desenhou verónicas de boa nota que rematou com uma media que arrancou a primeira ovação do Cosso de los Califas. Com a muleta teve poucas opções… Ainda assim, insistiu. Mas em demasia. A faena alargou-se, os tendidos congelaram e a estoca inteira e efetiva apenas lhe ofereceu uma ovação. Abrem-se as portas de toriles para sair o quarto. Emilio de novo de costas para elas e… Monumental voltereta! Negro bragado de pelo, este quarto muito se assemelhou ao primeiro no inicio da faena. Mas depois despertou, e a faena começou a ganhar eco! Atingiu o clímax quando Emilio, com meia muleta a arrastar o solo, desenhou duas séries de naturales em camara super-lenta. De arrepios! Mas quando a faena estava no auge dois desarmes deitaram tudo a perder. Estocada inteira ao segundo intento e merecida volta ao ruedo.  

“Lagartijo” sorteou dois novilhos de excelente condição, ambos foram ovacionados no arraste. Ante o primeiro, um cardeno bragado, com ritmo e repetição, “Lagartijo” arrancou derechazos profundos, com temple e ligação. Córdoba aplaudiu com força. Pelo esquerdo borrou a pintura, por aqui o novilho tinha outras teclas… Estoqueou à segundo e escutou silêncio. Para o exemplar de La Quinta, ovação no arraste. Frente ao quarto a afición esteve mais metida. Cardeno bragado de pelagem e de investida extraordinariamente humilhada mas exigente, o segundo do lote de “Lagartijo” foi sempre pronto mas por vezes também incómodo. O novilheiro, quando por fim se acabou de entender com ele e lhe deu as distâncias certas, desenhou sobre a mão esquerda séries de grande estética e qualidade. Dos tendidos desprenderam-se fortes ovações. Mas também aqui “Lagartijo” borraria a pintura. Desta vez com a espada… Uma pena.  

E foi ante o terceiro que Rafael Reyes levou a cabo a melhor faena da tarde. Cardeno bragado de capa, este La Quinta saiu a pedir contas no capote e a apertar nas bandarilhas. Com a muleta por diante o mesmo quis fazer mas Reyes entendeu-o na perfeição e ganhou-lhe a batalha! Meteu-o na muleta e com ele aí a faena foi sempre em ascendente. Houve acople entre novilho e novilheiro, com muletazos de traço largo, ligados e templados, com o animal a lamber o albedo cordobes. Estocada inteira e efetiva e orelha mais do que merecida. Para o de La Quinta ovação no arraste. Com o segundo Rafael apostou tudo, ajoelhou-se à portagayola, bandarilhou e com a muleta na mão pregou-se no centro da arena e citou de largo com a mão direita para ligar os passes num toureio em redondo que os cordobeses aplaudiram com força. Pela canhota a faena subiu ainda mais de tom. Tinha o Coso de los Califas rendido ao seu toureio. Tinha a porta grande aberta mas… três pinchazos tornaram uma faena de duas orelhas numa de ovação.