Em Alcácer, Troféus para António Telles e Amadores de Vila Franca
24 de Junho de 2013 - 13:35h | Crónica por: Filipe Pedro - Fonte: - Visto: 2608 |
A organização da corrida marcou encontro na praça João Branco Núncio para as 18h15m. Sábia decisão, pois o Verão chegou, deu as boas-vindas em Alcácer do Sal e a corrida efectuou-se sob um calor abrasador, que obrigou a venda de bilhetes para os sectores de sombra que estavam completamente cheios, contrastando com os de sol, polvilhados aqui e acolá por algum público.
O saldo de espectadores mede-se assim numa bem composta meia casa, que assistiu a uma completa desilusão do curro Monteviejo. Os “patas blancas” estavam bem apresentados, tinham peso, trapio e detentores de uma mirada séria que media cada movimento e impunha respeito. Mas excepção feita ao último da corrida lidado por Marcelo Mendes, nunca andaram, não investiram, não responderam aos ferros, nem transmitiram vez alguma e Alcácer foi aguentando o desenrolar da corrida combatendo o calor em detrimento da emoção.
António Telles abriu a praça diante um exemplar de 550Kg de peso, com pouca mobilidade e sem disposição, mas que cumpriu. O cavaleiro da Torrinha pisou terrenos de compromisso para colocar a ferragem perante tão parca matéria-prima, com consequentes toques da cornamenta do oponente nas suas canelas e a partir do segundo curto afinou as distâncias e finalizou uma lide correcta, mas que nunca chegou a empolgar. No quarto coube-lhe em sorte um manso de 560Kg refugiado em tábuas e que jamais de lá saiu. António Telles impôs-se à má fortuna e partiu para cima do astado e rubricou uma grande lide a um manso, com sortes a sesgo, aguentando a mirada do oponente, cravando ao estribo e em terrenos de muito compromisso. No final da lide recuou na quase totalidade da praça até ao pátio de quadrilhas. Recebeu com toda a justiça o troféu entregue, sob protestos das bancadas que preferiram a última de Marcelo Mendes.
Luís Rouxinol também pouco ou nada teve para lidar. O segundo tinha 670Kg de peso, pôs sempre a cara alta nos capotes, na montada e na pega. Sem disponibilidade alguma, permitiu ao cavaleiro de Pegões uma lide sem transmissão, com passagens pelo corredor e a tourear na garupa, com muito mais toureiro do que toiro. Terminou com um bom par de bandarilhas seguido de um ferro de palmo. O quinto foi o mais leve com 480Kg e um manso que nada possibilitou. Rouxinol partiu para cima do oponente, tentou e tentou mexer com o astado, mas nem pisando os terrenos o toiro deu sinal de resposta.
Marcelo Mendes enfrentou o terceiro com 550Kg, muito reservado e sempre de cara alta em todos os momentos. Também sem matéria-prima e perante tanta ausência de disponibilidade, Marcelo Mendes andou aliviado e só ao terceiro curto pisou mais os terrenos e cravou com mais acerto. O último tinha 540Kg e foi o único que se soltou em praça, investindo e carregando nos remates. Marcelo Mendes aproveitou a qualidade do oponente, sentiu-se a gosto, ligou-se com o público e o mesmo correspondeu, pois finalmente havia um confronto limpo em praça. Terminou a lide com a sua melhor sorte de toda a tarde, um par de bandarilhas com que a praça respondeu de pé.
Nos homens das jaquetas estiveram pelos Amadores de Évora, João Oliveira à primeira tentativa, com o toiro a partir determinado e com pata. José Martins ao segundo intento, numa reunião difícil e com uma enorme primeira ajuda. Ricardo Sousa à segunda tentativa.
Pelos Amadores de Vila Franca, Rui Godinho fechou-se ao primeiro intento. O cernelheiro João Santos e o rabejador Carlos Silva efectuaram duas tentativas falhadas de cernelha, com a dupla de campinos a sentir dificuldades no mando do jogo de cabrestos, sendo consumada ao primeiro intento pelo forcado da cara Márcio Francisco. Terminou a tarde Ricardo Patusco com uma pega ao segundo intento, que levou o troféu de melhor pega da tarde.