Entradas com Troféus para Ana Rita e Amadores de Évora
29 de Julho de 2013 - 12:50h | Crónica por: Filipe Pedro - Fonte: - Visto: 2440 |
A vila de Entradas enfeita-se por esta altura do ano para as suas festas anuais, onde está associada a organização de uma corrida de Toiros que atrai muita gente à praça desmontável, que ali recebe anualmente o evento taurino.
Seja lá qual for o motivo, este ano a lotação da desmontável ficou em números que rondaram a meia casa. Um público maioritariamente jovem, mas também com os emigrantes, que por esta altura regressam para umas férias na sua terra natal e fazem-se acompanhar da família, no evento taurino desta vila alentejana.
O cartel era composto por Moura Caetano, Marcos Bastinhas e Ana Rita (uma terna de cavaleiros que pode em qualquer ocasião prometer triunfos) e pelos Amadores de Évora e de Cascais. A terna de cavaleiros acabou por não confirmar tais promessas, muito por culpa de um curro Pégoras demasiado cómodo, sensaborão e que não transmitiu nada que se pudesse aproveitar.
No final houve dois troféus entregues para a melhor lide e melhor pega, com a segunda actuação de Ana Rita a ser a galardoada e que na forcadagem ficou para Francisco Oliveira dos Amadores de Évora. Há aqui algo que não se percebe. Numa noite sem nenhum triunfador claro que se destacasse, e sem nada que me mova contra os galardoados, nem a favor dos que não receberam o troféu, o troféu de melhor lide tem algo de profundamente errado e de injusto. No final da corrida, a dúvida generalizada era em saber qual das lides de João Moura Caetano merecia a distinção (pois foi na noite de Entradas o cavaleiro mais consistente e que maior emoção colocou nas sortes), apesar de nenhuma das suas duas lides poder sequer ser catalogada de um redondo triunfo. Há ainda a primeira lide de Ana Rita, que teve momentos de grande correcção e de realce, mas o júri composto por Nelson Lampreia, João Honrado e Luís Seixas entendeu que a segunda, e a pior, lide de Ana Rita fosse a merecedora de prémio.
João Moura Caetano abriu a noite de Entradas diante de um exemplar que nunca se empregou e que mediu sempre as arrancadas. Esteve bem a receber o oponente e merecia que a banda iniciasse funções (coisa que não aconteceu) logo no primeiro curto, quando templou a tarda investida do Pégoras e cravou nos médios de cima para baixo. Ao terceiro curto, o oponente acusou menor disponibilidade e o cavaleiro encurtou as distâncias, com as sortes a não resultarem como as anteriores. No quarto da corrida colocou dois compridos de levantar qualquer praça, incentivando o arranque, aguentado as sortes e a cravar de forma emotiva e centrada. O resto da lide preocupou-se mais em ligar-se com as bancadas e somente ao segundo curto voltou a resultar como uma reunião emotiva, que foi colocada debaixo do braço.
Marcos Bastinhas esteve em noite não em Entradas. No segundo da noite deixou os compridos demasiado traseiros. Nos curtos deu largura de praça ao oponente mas nunca chegou a entusiasmar. No quinto da noite a história é quase a mesma. Melhorou nos compridos mas escutou alguns apupos assim que voltou a colocar o primeiro curto demasiado traseiro.
Ana Rita lidou o terceiro da noite, que se revelou mais reservado que os anteriores e efectuou uma lide que convenceu com facilidade as bancadas. A lide dividiu-se por entre sortes em que quarteou antetempo e de ferros com quarteios ajustados e com reuniões exactas. Terminou com dois violinos a pedido do público. No sexto e último da corrida a lide pautou-se por reuniões mais aliviadas, até à série de 2 violinos com que terminou a sua actuação, no meu entender são aquelas que obtiveram melhores resultados e que empolgaram as bancadas da desmontável de Entradas.
Nas pegas iniciou funções José Miguel Martins dos Amadores de Évora, à terceira tentativa. Dinis Caeiro fechou-se de forma rija na córnea, ao segundo intento. Francisco Oliveira viu o oponente partir assim que se virou das tábuas, ainda efectuou apressadamente a chamada e quase sem tempo de recuar fechou-se à primeira tentativa, numa viagem que fugiu ao grupo e em que aguentou-se sozinho na cara do Pégoras. Ganhou o troféu de melhor pega.
Paulo Loução foi à cara do primeiro dos Amadores de Cascais. Fechou-se à primeira na córnea, numa viagem nobre até ao grupo. Carlos Ricardo efectuou a melhor e mais completa pega da noite, e quanto a mim, a merecedora do troféu em disputa. Citou com galhardia, mandou no arranque, carregou a sorte, bem a recuar, alapou-se no oponente e o grupo consumou ao primeiro intento. Fechou a noite Dário Silva à terceira tentativa, a sesgo, junto a tábuas.