Morte do cavalo de José Manuel Duarte marca a corrida de St. Aleixo da Restauração

Foi na preparação do 3º ferro curto da noite que tudo aconteceu. Ante um reservado Veiga Teixeira, José Manuel Duarte preparava-se para cravar mais um ferro curto, quando de repente, sem que ninguém esperasse… Cai cavalo e cavaleiro redondos na arena. Sem motivo aparente, sem explicação possível. José Manuel Duarte rapidamente se recompõe e tenta levantar o cavalo. Tarefa impossível, o animal tinha perdido a mobilidade… entra o seu “staff” no reudo para o tentar ajudar mas o cavalo tinha perdido por completo as forças nas patas. Instala-se o caus na arena! Numa questão de segundos o cavalo começa a inchar e a esticar as patas vigorosamente. Foi impressionante, impactante, arrepiante, impossível de esquecer o sofrimento do animal e a desesperação dos presentes na praça. Tudo foi feito para o reanimar mas o ataque cardíaco tinha sido fulminante, não havia volta a dar. O cavalo estava morto… Coberto com dois capotes foi acompanhado, já sem vida, para fora da praça por todos os intervenientes na corrida, debaixo duma forte ovação. Começava da pior forma a corrida para José Manuel Duarte.

Frente ao quarto, um castanho bragado também de Veiga Teixeira, brindou aos céus e fez o que é possível fazer após a morte de um dos seus melhores cavalos. Nos compridos reuniu com verdade e emoção, cravando dois excelentes ferros. Nos curtos despachou a papelada rapidamente e sem complicações e retirou-se do redondel triste e cabisbaixo.

Depois da tragedia, entrou em praça António Brito Paes para lidar o 2º do encerro, um bonito Veiga Teixeira de pelo negro. Saiu de toriles com pata e cheio de gás dificultando a cravagem dos compridos, mas rapidamente demonstrou ao que vinha, vinha para esgravatar no albedo… Empenhou-se vivamente nessa tarefa, sem nunca tomar a iniciativa e esperando pelas montadas uma barbaridade. Brito Paes acusou as complicações, demonstrando alguma dificuldade em reunir com o hastado. Ante o 5º a história foi outra… Este sim tinha iniciativa e mobilidade. Brito Paes esteve à altura e com quiebros e batidas aos piton contrário desenhou sortes emotivas e carregadas de verdade! Uma lide bastante aplaudida pelas bancadas de Santo Aleixo.

Fechava o cartel Bastinhas Jr. que se apresentou em Santo Aleixo com vontade de triunfar. Ante o seu primeiro, um negro mulato bem rematado, assinou uma importante lide. O Veiga Teixeira tinha mais som, era fijo e galopava com alegria. Bastinhas Jr. aproveitou-o da melhor forma, cravou com verdade e rematou com toreria. Pela primeira vez na noite havia emoção no ruedo e alegria nas bancadas. Rematou a atuação com um ferro de palmo e um par de bandarilhas, ambos cravados por dentro em sortes aplaudidas com força pela afición de Santo Aleixo. Para fechar a noite enfrentou um negro mulato fijo e colaborador. Também ante este Veiga Teixeira rubricou uma lide de alto nível! Encurtou as distâncias, aguantou as investidas, bateu ao piton contrário e rematou com classe. Excelente passagem por Santo Aleixo!

Os forcados tiveram uma noite dura e complicada. Os toiros, regra geral, pecaram nas lides por falta de mobilidade e chegaram às pegas com força, vontade de bater e de empurrar. Pelos Amadores de São Manços, foram caras Nuno Henriques e João Espinheira, à 4ª e à 3ª respetivamente. Pelo Real Grupo de Forcados Amadores de Moura, envergou o barrete Carlos Sota que consumou à 2ª e Xavier Cortegano que consumou também à 2ª, numa excelente pega onde o grupo mostrou coesão. Pelos Amadores de Safara, foi chamado à cara Ruben Campaniço que consumou ao 2º intento e Fábio Maurício que efetuou uma excelente pega à 1ª tentativa.