Viana do Castelo - "Uma Corrida de Toiros em Defesa da Liberdade"
18 de Agosto de 2013 - 23:00h | Crónica por: Pedro Santos Vaz - Fonte: Taurodromo.com - Visto: 2130 |
Mais uma vez os vianenses mostraram que a afición está bem viva na suposta “anti-taurina” princesa do Lima e que a liberdade é um valor inquestionável, por muito fortes que sejam as pressões e as ameaças.
De louvar o trabalho da Prótoiro e da associação “Vianenses Pela Liberdade” que organizaram novamente a corrida da liberdade cujo valor simbólico é tão grande quanto a afición minhota. A festa está bem viva e, apesar das dificuldades económicas, do difícil acesso à praça e das ameaças, o público acorreu e encheu a praça.
Lidaram-se seis novilhos de diferentes ganadarias, apresentaram-se cinco cavaleiros e o jovem matador de toiros António João Ferreira. Os forcados de Coimbra pegaram em solitário os cinco novilhos destinados às lides equestres.
Abriu praça o matador António João Ferreira que, perante um novilho de Jorge Carvalho, entusiasmou o público pouco habituado a ver toureio apeado. Seguro com o capote, valente com as bandarilhas sentiu algumas dificuldades com a muleta, sobretudo pelo piton esquerdo, suplantadas com valentia e que se deveram à vontade de triunfar e prolongar a lide, mais do que o oponente o permitia.
O novilho de João Ramalho não facilitou a vida a Rui Salvador, mas proporcionou bons momentos de toureio. Andarilho, arrancava-se prontamente e não se fixava, mas Rui Salvador deu-lhe a lide adequada e o público pediu mais um ferro a que o cavaleiro de Tomar felizmente acedeu, pois foi o melhor de toda a lide.
Salgueiro tinha vontade de triunfar, entrou com ganas, mas o bem rematado novilho de Vinhas, cedo perdeu a alegria com que saiu e refugiou-se nas tábuas obrigando João Salgueiro a pisar-lhe os terrenos e cravar a sesgo.
Sónia Matias faz sucesso mal entra em praça e, apesar de não ter tido uma tarde feliz, o público aplaudiu e acarinhou a cavaleira.
Ana Baptista não teve uma lide fácil perante o novilho de Cannas Vigouroux que cedo procurou as tábuas. Só com o auxílio dos bandarilheiros conseguiu tirar o novilho da querença e cravar a ferragem da ordem e caiu na tentação de prolongar demasiado a lide, muito para além da disponibilidade do oponente.
Marcos Bastinhas encerrou a corrida da liberdade frente ao novilho “Prudêncio” e foi o seu grande triunfador. Cravou um enorme ferro curto (o seu segundo), citando com alegria, avançando a passo, esperando pela investida do touro e cravando com correcção. Não repetiu a fórmula mas terminou com um grande par de bandarilhas, cravado em terrenos muito apertados. Soube calcular o seu tempo certo, não cedeu ao público quando este pediu mais ferros e encerrou em grande plano assegurando o triunfo.
Muito bem os forcados de Coimbra que pegaram os cinco novilhos à primeira tentativa.
No próximo ano, “Havemos de ir a Viana” ver toiros e perpetuar a tradição.