"Pedrito de Portugal" em grande forma no seu regresso à Moita
17 de Setembro de 2012 - 19:45h | Crónica por: José Vogado - Fonte: - Visto: 2542 |
Entre os dias 11 e 16 de Setembro a vila da Moita e os aficionados em geral viveram a sua anual Feira Taurina.
Ontem Domingo dia16, com cerca de meia casa, realizou-se a última corrida do ciclo de cinco corridas e uma novilhada. Cartel diferente do habitual, pois foi uma Corrida Goyesca que teve lugar na Monumental Praça de Toiros “Daniel do Nascimento”. Corrida num mano a mano entre duas Figuras do Toureio Mundial, uma no ativo e que neste momento é considerada a Maior Figura do Toureio Mundial, Enrique Ponce e a outra uma Figura retirada das arenas há mais de uma temporada, mas que regressou à sua Moita em boa forma física, Alexandre Pedro “Pedrito de Portugal” e mostrou que quem sabe nunca esquece.
Esta temporada foi esta a segunda Corrida Goyesca que se realizou em Portugal. A primeira teve lugar nos Açores, e agora na Moita, esta envolta em alguma polémica antes da sua realização por não permitirem que os Picadores pudessem participar de forma simbólica no “Paseíllo”.
Para esta corrida veio dos campos da Andaluzia um curro de seis toiros da Ganadaria Hermanos Sampedro, que estavam bem apresentados e com os pesos exigidos e permitidos numa corrida de lide apeada.
Para os aficionados menos conhecedores da Cabana Brava espanhola, aqui deixo alguns dos mais importantes dados desta Ganadaria que pela primeira vez lidou em Portugal.
Historia de la Ganadería:
Divisa Azul Celeste, branca e vermelha,
Sinal de orelhas Forquilha e mosca na orelha esquerda,
Antiguidade 14 de maio de 1982
Formada por D. Félix Suárez em 1918, com reses de Santa Coloma e Albaserrada. Em 1927 foi vendida a D. Rodrigo Figueroa, Duque de Tovar, anunciando-se en 1929 no nome de seus filhos. Em 1947 dividiu-se esta ganadaria correspondendo um dos lotes a D. Alfonso Figueroa y Bermejillo, o qual em 1948 la vendeu a D. José Gómez Rodríguez, que em 1951 junto um lote de D. Tomás Prieto de la Cal, vendendo-a a D. Antonio Honorato Jordán en 1955, aumentando posteriomente o efectivo vacas de D. Salvador Suárez Ternero, adquiridas a D. Álvaro Domecq. Posteriormente, D. Antonio Honorato, eliminou todo o anterior efectivo, vindo adquirir vacas e dois sementais de de D. Juan Pedro Domecq. Em 1970 vendeu a Ganadaria a D. Ángel y D. Juan Antonio Sampedro.
Procedencia atual: Domecq
Toros notáveis: Nazarito nº 24, lidiado en Benidorm en 1982, dos orejas y rabo; Haraposito nº 26, lidiado en Orihuela en 1982, dos orejas y rabo; Opuerto nº 7, lidiado en Zaragoza en 1983, dos orejas; Carasucia nº 50, lidiado en Sanlucar de Barrameda en 1984, dos orejas y rabo.
Passemos ao desenrolar da corrida
Enrique Ponce, lidou o primeiro toiro da tarde com o número 43, 4 anos de idade, peso de 465 quilos e de capa preta, toiro bem apresentado mas de escassa nobreza, já que foi de mais a menos durante a lide. Porém proporcionou ao diestro de Chivas uns bons e vistosos Lances de capote denominados Verónicas, rematados com Meia Verónica.
Após o Tércio de Bandarilhas, iniciou a faena de muleta, podendo muito pouco fazer perante este seu oponente, mas mesmo assim após vários passes sem ligação como provando a investida do toiro, executou algumas séries de Derechazos, sendo mesmo alguns muito vistosos. Foi uma faena curta dado o toiro pouco transmitir. Escutou o pasodoble Andújar durante a lide. Agradeceu os aplausos nos médios.
“Pedrito de Portugal”, lidou o segundo toiro da tarde com o número 19, 4 anos de idade, peso de 448 quilos e de capa preta, outro toiro bem apresentado e de boa condição de lide que proporcionou uma grande lide ao diestro da Amadora. Recebeu o seu primeiro do lote por vistosos Paróns (Verónicas com os pés juntos). Executou três cingidas Chicuelinas e rematou com uma Meia Verónica.
Depois do tércio de bandarilhas iniciou a faena de muleta, após vários passes sem ligação como provando a investida do toiro, de seguida executou séries de Derechazos, com passes de perfeição e de magia, executou igualmente boas séries de naturais, mas sua faena foi mais pela direita. Escutou musica e muito olés por parte de alguns espectadores mais entusiasmados com a sua faena. Faena de triunfo perante um toiro com nobreza. Deu volta à arena no final.
Enrique Ponce, lidou o terceiro toiro com o número 55., 4 anos, peso de 475 quilos e de capa preta, um exemplar de boa apresentação, com mais recorrido que o seu primeiro, mas sem o som necessário para poder desta vez permitir o êxito desejado do diestro espanhol. Porém o mesmo recebeu à Verónica este seu exemplar, executando bonitos lances, terminando a série com um passe a uma só mão.
Depois de cumprido o tércio de bandarilhas, deu início à faena de muleta executando alguns passes para provar a investida deste seu oponente e depois executou duas vistosas séries por Derechazos e uma por Naturais. Todas rematadas com Passes de Peito, passe que se executa no final de uma série de Derechazos ou Naturais Por fim executou alguns Molinetes. Agradeceu os aplausos nos médios.
“Pedrito de Portugal”, lidou o quarto toiro da tarde com o número 68, 4 anos de idade, peso de 445 quilos e de capa preta, recebeu o mesmo por lances à Verónica, rematando a série curta por um lance a uma só mão pela direita.
Após o tércio de bandarilhas e depois de alguns passes desligados deu início à faena de muleta, executando de início uma séria pela direita denominados Derechazos, depois duas séries de Naturais, voltando de novo aos Derechazos. Terminou a faena com vistosos Molinetes de joelhos.
Durante a lide deste seu segundo toiro, escutou o Pasodoble com o seu nome. Grande faena deste diestro. Deu volta à arena no final.
Enrique Ponce, lidou o quinto toiro da tarde, terceiro do seu lote, com, o número 65, 4 anos de idade, peso de 440 quilos e de capa jabonero sucio. Deu inicio A lide com uma série de Lances por Verónicas, e depois por Paróns.
Depois do tércio de muleta, e depois e provar a investida do seu oponente, iniciou a faena de muleta com Derechazos , executando três vistosas e profundas séries, depois executou uma série por Naturais, de novo Derechazos, acabando a faena com Molinetes e Circulares invertidos. Grande faena aqui perante o melhor toiro do seu lote. Este diestro não foi muito feliz com o sorteio, neste seu terceiro, quinto toiro da tarde, e aqui pode-se dizer que não há quinto mau, foi então mais feliz e pôde então deliciar a maioria dos aficionados e espectadores Escutou musica. Faena grande de triunfo a ser premiada pelo público com duas voltas à arena sob fortes aplausos.
“Pedrito de Portugal” lidou o sexto e último toiro da tarde com o número 41, 4 anos de idade, o peso de 510 quilos, sendo este o mais pesado da tarde, de capa jabonero súcio. Outro exemplar de boa apresentação, de boa investida, proporcionando um novo triunfo ao diestro. Deu início à lide com passes por Verónicas, rematadas as mesmas com Meia Verónica, e um lance a uma só mão pela direita. Na faena de muleta executou algumas séries de Derechazos e de Naturais, com alguns bons e vistosos passes, mas sem que a primeira metade da sua lide tenha chegado com som e força junto das bancadas. Pois este seu oponente não sendo tão claro na investia com os anteriores do lote, não transmitiu muito, porém não deixou de ser uma faena agradável, mesmo sem ter o brilho das anteriores. Não entendemos o porquê do Delegado do IGAC só quase no final desta faena ter concedido musica.
O Tércio de Bandarilhas em cada turno foram executados com mais ou menos brilho pelos Bandarilheiros das respetivas Quadrilhas dos Matadores atuantes. Destacamos o Tércio do sexto toiro executado primorosamente pelos Bandarilheiros Pedro Gonçalves e Cláudio Miguel, que mereceram serem ovacionados de pé por algunas aficionados, pelo que agradeceram os aplausos que lhes foram tributados pela maioria dos espetadores.
No final da Corrida os diestros foram sacados em ombros, dando a volta à arena e saíndo posteriormente pela Porta Grande.
A corrida foi dirigida pelo Delegado do IGAC, Senhor Ricardo Pereira.
A Corrida foi abrilhantada pela Banda da Sociedade Imparcial 15 de Janeiro de 1898 de Alcochete.
Como em Portugal não é permitido matar toiros em público neste género de corridas, os toiros foram recolhidos pelos campinos da Casa Agrícola do Engº. José Lupi