Nos 45 Anos dos Amadores de Azambuja, Destacou-se Manuel Telles Bastos
22 de Outubro de 2012 - 18:22h | Crónica por: Filipe Pedro - Fonte: - Visto: 2108 |
Num dia do sol muito convidativo para uma ida aos toiros, a Corrida Comemorativa do 45º aniversário do Grupo de Forcados Amadores da Azambuja contou com pouco público. Tão pouco, que a dispersa assistência pela praça talvez nem chegasse para completar ¼ das bancadas.
Numa corrida com o foco no Grupo de Forcados Amadores da Azambuja e com alguns dos exemplares a apresentarem dificuldades ao sexteto de cavaleiros, Manuel Telles Bastos efectuou a lide mais regular na tarde da Azambuja e não deu chances à concorrência.
Na tarde da Azambuja houve uma terna de cavaleiros que nunca tiraram o tricórnio da cabeça (afinal, ele serve mesmo é para isso), o que nos dias de hoje é factor de destaque. São eles Francisco Núncio, Manuel Telles Bastos e David Oliveira.
Francisco Núncio abriu a tarde frente a um exemplar manso de Ortigão Costa. Sempre de frente, efectuou a lide possível perante uma ausência de investida.
O segundo da tarde pertencia à ganadaria de Irmãos Dias. Estava bem apresentado, de pelagem salgada e colaborou durante toda a lide. Pedro Salvador efectuou uma boa actuação, onde toureou a gosto, bregou com ladeios o oponente, variou as sortes e no segundo curto cravou um ferro cheio de emoção nos médios, após uma batida ajustada e em terrenos de compromisso.
Paulo Jorge Santos efectuou uma lide de grande capacidade e poderio, pois o terceiro da ordem, um novilho Santos Silva que entrou no ruedo e colheu um elemento da quadrilha, guardava-se para investir com maldade e para responder aos ferros com pata e violência. O cavaleiro natural de Lisboa nem sempre teve reuniões ajustadas, mas é certo que teve por diante uma complicadíssima rês, que nunca lhe deu descanso e desenvolveu uma lide em que demonstrou poder com qualquer oponente.
Manuel Telles Bastos lidou de forma sóbria o quarto da tarde pertencente à ganadaria de António Reis. Já se torna repetitivo adjectivar as actuações deste cavaleiro mas o certo é que a elegância com que se apresenta em praça, a classe imposta na brega, a perfeição na escolha dos terrenos e cravagens imaculadas, não são superlativos o suficiente para descrever a solidez com que premeia a quem assiste a cada actuação sua. Perante um oponente a menos durante a lide, Telles Bastos sacou-lhe mais do que este tinha para oferecer e sempre de uma forma que até parece ser fácil tourear.
Gonçalo Fernandes foi o azarado no sorteio. Para quem toureia tão pouco e calhar-lhe em sorte um exemplar da Casa Avó mal visto, deve ter deixado fulo o cavaleiro de Seia, que andou com garra durante toda a actuação. Ainda assim, foi no final da lide que Gonçalo Fernandes conseguiu imprimir emoção nos dois últimos ferros, deixando um sabor a pouco a quem assistiu, pois pareceu ter capacidade para mais, assim lhe dêem mais oportunidades.
David Oliveira também não teve sorte com o sorteio. O exemplar Engº Jorge de Carvalho foi um manso que nunca deveria ter entrado no ruedo e que fugia para o conforto das tábuas assim que sentia o castigo. O oponente exigia que lhe entrassem bem pelos terrenos e o cavaleiro praticante assim o fez. Teve o difícil mérito de conseguir envolver tamanha inexistência de bravura na brega e efectuou uma lide em crescendo, sem oponente disposto a nada e terminou a sua actuação com um violino com que levantou a praça.
Com cerca de meia centena de elementos fardados em praça, os Amadores de Azambuja comemoraram o 45º Aniversário de forma emotiva.
Vinícius Rodrigues foi para a cara do primeiro da tarde e fechou-se à córnea ao segundo intento.
Pedro Fragoso despediu-se da forcadagem com uma reunião à barbela à segunda tentativa. Deu volta em ombros após emociada despedida.
João Pedro dobrou Pedro Miguel e consumou ao terceiro intento uma rija pega, perante um oponente cheio de maldade, pronto para maltratar todo o grupo.
José Quitério citou a dar vantagens, o oponente partiu a mando e consumou ao segundo intento.
Pedro Sabino dobrou Hélder Carvalho e foi para a cara do quinto da tarde. Viu o oponente arrancar pronto e com pata, reunindo de forma rija e à córnea à terceira tentativa.
Terminou Daniel Reis com uma pega ao primeiro intento.