Angra do Heroísmo - Festival de Beneficência Nuno Carvalho
22 de Outubro de 2012 - 08:43h | Crónica por: Bruno Bettencourt - Fonte: - Visto: 2277 |
Apesar do pouco mais de meia casa registada, os terceirenses disseram “presente” no Festival de Beneficência realizado na Praça de Toiros “Ilha Terceira”. Mesmo à distância, a gente da ilha, habituada a combater adversidades, mostrou o seu apoio ao Forcado Nuno Carvalho.
Em Angra do Heroísmo estiveram os artistas locais. Os Cavaleiros Tiago Pamplona, Rui Lopes e João Pamplona, os Bandarilheiros Rogério Silva, Rui Silva, José Leonardo, Jorge Silva, Roberto Sacramento, Diogo Coelho e Vasco Lima, os Forcados Amadores dos grupos da Tertúlia Tauromáquica Terceirense (GFATTT) e do Ramo Grande (GFARG). Todos contribuíram com a sua arte para esta causa nobre. Se colaboraram os artistas, também colaboraram as casas ganaderas de Gabriel Ourique (GO), Duarte Pires (DP), Assunção Coimbra (AC), Rego Botelho (RB), Francisco Sousa (FS) e Herdeiros de Ezequiel Rodrigues (ER).
Antes do início das lides, minuto de silêncio em memória do Engº Joaquim Grave e palavras de José Pires da Costa, cabo-fundador dos Amadores do Aposento da Moita, que em nome de Nuno Carvalho agradeceu o contributo de todos os presentes.
Tiago Pamplona abriu praça com uma boa lide frente ao nº45 de GO. O novilho cumpriu, apesar de por vezes se defender nas tábuas. O Cavaleiro consentiu alguns toques desnecessários na montada de saída, no entanto percebeu bem o oponente e ligou-se a ele com bregas cingidas agarrando o seu interesse. Esteve corretíssimo nas cravagens, destacando-se o seu primeiro ferro curto, ao estribo. O nº82 de RB mostrou bons modos no início da lide, no entanto foi perdendo ímpeto, acabando por se parar na final da lide. O Cavaleiro da Quinta do Malhinha procurou, uma vez mais, andar ligado com o novilho numa lide que resultou sem história, não suplantando a sua primeira e boa actuação.
Rui Lopes teve pela frente o nº114 de DP. O novilho era bonito nas formas. Pecou pela falta de força demonstrada e, apesar de não comprometer o desenrolar da lide, andou reservado tardando na investida. Lopes, após um início de lide hesitante, foi crescendo e entendendo o comportamento do novilho, dando-lhe vantagens na preparação das cravagens. Lide agradável mas sem romper. O segundo do seu lote, nº68 de FS, era colorau com olho-de-perdiz, mas também era distraído, andarilho e procurando em demasia uma forma da sair da arena. Diante das complicações apresentadas, o Cavaleiro da Ribeirinha foi desenvolvendo a lide possível sem nunca conseguir dar a volta ao oponente. Apesar do esforço, fica a sensação que a lide terá sido prolongada para além do necessário. Nota positiva para o quarto ferro curto cravado no corredor de dentro.
A João Pamplona, calhou o nº76 de AC. Um bom novilho que apesar dos seus 3-4 anos apresentava um tamanho que se destacou em relação aos restantes. Novilho sério a investir de pronto. João andou algo inconstante na cravagem comprida, mas virou a página e foi crescendo na cravagem curta. Boa lide marcada pela sua forma irreverente que aos poucos foi fazendo eco nas bancadas. Fechou a corrida o nº288 de ER. O novilho era pequenote e andarilho. Apesar de ter alguma dificuldade em se fixar, foi dando uma boa réplica ao longo da contenda. O mais novo do clã Pamplona andou esforçado e correcto nas cravagens. Uma lide agradável mas com menos emoção do que a anterior.
Nas pegas foram solistas, por ordem de actuação: Décio Dias (GFATTT), sem dificuldade, à primeira tentativa aproveitou bem a viagem recta do novilho. Michael Machado (GFARG) numa grande pega ao primeiro intento, mostrou vontade de lá ficar. Tomás Ortins (GFATTT) esteve poderoso ao pegar de forma espectacular ao primeiro intento, aguentando violentos derrotes por alto. Luís Valadão (GFARG) após uma primeira tentativa em que não se consegue fechar de forma correcta, pegou à segunda sem dificuldades. João Ângelo (GFATTT) pegou à segunda tentativa sem dificuldades, sendo bem ajudado pelo grupo. Milton Silva (GFARG), em noite de estreia, fechou-se na cara do novilho sem problemas.
Encerrou-se assim uma mais uma jornada taurina, mas acima de tudo um grande momento de solidariedade. Dirigiu o espectáculo Carlos João Ávila, assessorado pelo Dr. José Paulo Lima. Abrilhantou, e bem, a banda da Sociedade Recreio da Terra-Chã.