Segunda da Chamusca com Muito Pouco para Contar
21 de Maio de 2012 - 17:55h | Crónica por: Filipe Pedro - Fonte: - Visto: 2272 |
Em tempos de crise há um conjunto de variáveis que têm de ser reequacionadas, para que a atractividade dos cartéis tenha consequência em assistências e para que os triunfos sejam autênticos e sólidos, e assim sirvam para catapultar uma temporada que já está a ser dura e incerta, para além das previsões mais pessimistas.
A segunda corrida da Feira Taurina da Ascensão da Chamusca apresentava um curro Grave para desafiar a mais vazia das bolsas mas São Pedro teimou em manter imprevisível o constante raiar de sol. Factor que talvez justifique o preenchimento a 1/3 das bancadas, num ambiente de permanente e agradável festa, sem exigência qualquer para com os intervenientes, esperando apenas que não houvessem ferros falhados, com o resultado das sortes relegado para último plano.
O curro Grave surgiu em praça sempre bem apresentado mas em comportamento ficou aquém do esperado. Excepção feita ao terceiro da corrida, negro e andarilho, que merecia uma lide bem diferente da que se assistiu.
Joaquim Bastinhas rubricou duas actuações quase tiradas a papel químico, que pela ligação permanente com os oponentes, ritmo nas lides e tempo, podem sugerir que dispôs do melhor lote, quando na verdade foi o seu cunho que tratou desse mesmo garante, tirando os oponentes das crenças e deixando a ferragem com maior ou menor critério nas reuniões. O carisma de sempre tratou de tudo o resto, saindo o triunfador da corrida.
Ana Batista falhou alguns ferros no primeiro do lote e faltaram argumentos para dar a volta a um manso, que necessitava que lhe entrassem bem nos terrenos. Sempre que o fez o toiro respondeu com maldade e bateu que se fartou. No segundo, um encastado que lá foi colaborando, permitiu à cavaleira de Salvaterra uma lide com pouco ritmo que resultou de menos a mais, com os últimos dois curtos a empolgarem as bancadas.
Marcos Bastinhas teve no seu primeiro o melhor de toda a corrida mas surgiu em praça descontraído demais para o oponente que enfrentou. A lide resume-se a ferros falhados, demasiadas passagens em falso, toques e uma colhida que não o desmontou por um milagre. No segundo surgiu já disposto e apesar da falta de ligação com o oponente terminou a longa actuação com um violino de palmo, dois pares de bandarilhas, saltando da montada e arrecadando o público.
A tarde adivinhava-se dura para a forcadagem e o cabo Pedro Coelho dos Reis do Aposento da Chamusca abriu a contenda Grave citando com vantagens, com o toiro a partir a mando, reunindo à barbela e apesar do desvio na viagem, o grupo foi pronto a consumar logo ao primeiro intento.
João Salgueiro viu o toiro partir, mal tinha ajeitado o barrete. Recuou quase até tábuas onde o grupo fechou a pega à primeira tentativa.
Francisco Montoya foi rijo e valente numa pega a sesgo e com as ajudas muito carregadas à quinta tentativa, perante um exemplar que nunca humilhou e que derrotava até o tirar da cara.
Rui Hipólito citou a dar vantagens mas o toiro partiu sempre a medir quase até tábuas, onde arrancou com pata e com uma reunião à barbela consumou à primeira tentativa.
Bruno Riacho após dobrar António Dias, pegou a sesgo e ao quarto intento, um oponente que arrancava com maldade, que nas anteriores tentativas levou tudo à frente e maltratando quem se atreveu estar no seu caminho, sacudindo todo o grupo.
Fechou a corrida João Zagalo à segunda tentativa, numa reunião fora da córnea, que o grupo tratou de emendar para fechar a pega.