Padilla Triunfa em Córdoba
21 de Maio de 2012 - 11:45h | Crónica por: Sérgio Lavado - Fonte: - Visto: 1947 |
Chuvosa e friorenta foi como se apresentou a tarde de ontem para receber a primeira da feira no Coso de los Califas, em Córdoba. Um quarto de casa que passou a maioria da corrida com o chapéu-de-chuva aberto foi o resultado deste cartel que ninguém sabia por onde ia romper. Anunciavam-se toiros de El Pilar, que saíram à arena com escasso trapío e bastante curtos de força e raça. De luces apresentou-se Finito de Córdoba, Juan José Padilla e David Fandilla “el fandi”.
O anfitrião, Finito de Córdoba, lidou dois sobreiros com o ferro de La Palmosilla, depois dos dois El Pilar do seu lote serem recolhidos por falta de força. Frente ao primeiro, um negro de 540kg, Finito desenhou uma faena onde se "gostou” num toureio com personalidade e sentimento aproveitando a nobre e humilhada investida deste hastado. Pena foi que o toiro pronto se “rachou”, deixou de repetir e perdeu mobilidade, os muletazos começaram a desligar-se e rapidamente se esfumou a emoção do ruedo. Matou de uma estocada inteira e efetiva ao segundo intento. Ovação. O seu segundo, um castanho listón de 530kg, foi provavelmente o pior do encerro. Sem um pingo de força e nem uma pisca de raça, este exemplar de La Palmosilla não ofereceu as mínimas possibilidades ao diestro de Córdoba. Uma faena sem nada para contar que foi rematada, a muito custo, com o descabello baixo uma assobiadela monumental. Silêncio para Finito e assobios no arraste.
Juan Jose Padilla apresentou-se em Córdoba decidido a triunfar! Mas sorteou um lote que não lhe ofereceu possibilidades de triunfo e teve de ser o jerezano a imprimir às faenas a emoção que faltava aos toiros. Ao seu primeiro, um “cinqueño” negro listón de pelagem e de 490kg de peso, sobrou-lhe nobreza e faltou-lhe fundo e classe na investida. Frente a ele, Padilla luziu-se em bandarilhas e esforçou-se na muleta. Matou de uma meia estocada tendida e traseira mas que resultou efetiva. O público reconheceu-lhe e esforço e o diretor concedeu-lhe uma orelha. Frente ao quinto, um traiçoeiro colorado de 540kg, Padilla voltou a demonstrar o seu grande valor e entrega. Depois de outro excelente tercio de bandarilhas, agarrou na muleta e sacou deste El Pilar três excelentes tandas pelo piton direito. Cuando o toiro se rachou, encurtou distâncias e à base de adornos e de valentes desplantes levantou em palmas o Coso de los Califas. Estocada contrária mas inteira e efetiva e novamente voltou a passear um apêndice.
A “el fandi” tocou-lhe o melhor lote da corrida. O seu primeiro, um negro listón de 510kg de peso e cinco anos de idade, também primou pela falta de força e casta mas apresentaria um pouco mais de mobilidade. O toureiro granadino, depois de escutar uma forte ovação no tercio de bandarilhas, não teve capacidade para se entender com o toiro e a faena não terminou de chegar aos tendidos. Matou de uma meia estocada contrária. Silêncio. E seria frende ao sexto que se vislumbraria a faena mais redonda. Frente a este negro bragado de 505kg, “el fandi” voltou a estar exímio com as bandarilhas e, agora sim, templado com a muleta. Começou a faena com os joelhos na arena, toureando em redondo, depois absorveu a codiciosa investida do El Pilar em duas séries pelo lado direito e rematou a faena com uma excelente tanda de “naturales”. Estocada inteira e efetiva e uma merecedora orelha.