O Imenso Trapio do Curro António Silva Desfez a Desmontável na Foz do Sizandro

Sol a queimar a pele, praça instalada à beira-mar, muitas crianças e público a preencher pela metade as bancadas da desmontável instalada na Foz do Sizandro. Piso duro para a prática de toureio e o curro António Silva bem apresentado e cheio de trapio, para darem cabo do tauródromo da Foz do Sizandro. Passearam pela trincheira, espalhando o pânico, deixando uma cratera ao lado de um burladero, tábuas destruídas noutro lugar da arena, trapio e mais trapio para tão frágil desmontável, dando água pela barba aos três cavaleiros de alternativa e aos dois grupos de forcados presentes.

Na segunda lide de Filipe Gonçalves, a ganadera foi chamada para executar volta ao ruedo na companhia do Furacão Algarvio.

Abriu praça António Brito Paes, pois daí a umas horas actuaria nas Caldas da Rainha. Recebeu o primeiro exemplar de António Silva com 530Kg de peso, flavo, bisco do pitón esquerdo, bonito de formas e tardo a reunir. A lide resultou morna, com a ferragem pescada e sem brilho, mas foi o bastante para receber os aplausos na ausência de banda.

O quarto da tarde tinha 505Kg de peso e investia a tudo sem distinção. Nos compridos espalhou o pânico na trincheira, quando destruiu um molhe de tábuas com um par de investidas. Passeou-se pela trincheira com bombeiros, fotógrafos e todos os que por lá se encontravam, a saltarem para onde havia hipótese de fuga. Nas bancadas junto ao local onde destruiu a praça, tudo e todos fugiram para onde havia espaço. A lide também não foi brilhante, com alguns ferros falhados, mas acabou por resultar bem melhor que a anterior. Terminou com o melhor ferro das duas actuações, de cima para baixo e no centro do ruedo.

Filipe Gonçalves teve duas actuações distintas. No segundo da corrida enfrentou um oponente de 525Kg de peso. Colhido no segundo comprido, andou irregular na ferragem, chegando como sempre ao público no momento “bate-palmas”.

No quinto da corrida entrou em praça pronto para triunfar, e assim foi. Lidou um castanho de 470Kg de peso, que humilhava e reunia sem incomodar, apenas faltando um pouco mais de força para se considerar o melhor toiro da tarde. O Furacão Algarvio toureou o oponente de forma vibrante, cravando nos médios com critério, rematando de igual modo com piruetas na saída. As bancadas regozijaram com a actuação e levantaram-se pela primeira vez dos assentos no aplaudir uma lide.

João Moura Caetano recebeu um oponente castanho de 525Kg de peso e áspero nas investidas, que foi a menos com o decorrer da lide. Nos compridos aguentou as sortes em cites de praça-a-praça, cravando junto a tábuas. Nos curtos o oponente apagou-se cedo, com a ferragem em sortes cingidas, aproveitando a mangada do astado. Terminou com um ferro ao estribo a pedido do público.

Negro listão era o último Silva da corrida, que tinha 510Kg de peso e de uma apresentação irrepreensível. O problema foi o facto de se encontrar diminuído. A lide foi mais em jeito de rejoneio, perante um oponente com estas características e chegou ao público como se um astado incólume este fosse. Terminou com dois ferros de palmo junto a tábuas, ambos a pedido do público.

Pelos Amadores de Coruche, Miguel Raposo pegou à primeira tentativa, numa reunião à barbela e numa viagem sem complicações.

Pedro Galamba reuniu no pitón direito do oponente, pois o astado derrotou bem lá em cima assim que o sentiu, e o primeiro ajuda José Tomás acabou por colocar o colega na cara e fazer o resto da pega, que foi consumada ao segundo intento.

Paulo Oliveira fechou-se à córnea e sofreu uma pirueta na cara do toiro após o embate, com o grupo de imediato a consumar à primeira tentativa.

Pelos Amadores de Portalegre, André Neves pegou à primeira, reunindo à barbela após ligeiro ensarilhar, numa viagem sem complicações até ao grupo.

Alexandre Lopes pegou ao terceiro intento com as ajudas carregadas.

António Cary fechou a corrida com uma pega à primeira tentativa, reunindo à córnea sobre o pitón esquerdo, com o grupo a aparecer coeso para fechar.