No "Sítio" da Mansidão
22 de Julho de 2012 - 15:51h | Crónica por: Filipe Pedro - Fonte: - Visto: 5150 |
Nazaré iniciou a temporada taurina com ¾ fortes de casa do Sítio da Nazaré, muito calor e o cheiro a maresia a compôr a ocasião. Um público entusiasta e muita, mas mesmo muita juventude nas bancadas assistiu à primeira noctura da Nazaré do presente ano, onde houve mais toureiros do que toiros e dois grupos de forcados que enfrentaram os oponentes de parca locomoção durante as lides.
O curro negro de capa Santa Maria, deixou muito a desejar, quer na apresentação, quer no comportamento. Já é a terceira corrida Santa Maria que assisto este ano, qual delas a pior. Salvou-se o último da corrida, um exemplar sério, o único que humilhou e que se empregou. O primeiro entrou diminuído em praça e acabou mesmo por ser corrido. O terceiro era bastante reservado mas cumpriu, e os restantes foram mansos em demasia e de fraca investida.
João Moura abriu praça frente a um oponente de 515Kg de peso e que apareceu tocado no posterior esquerdo. Após falhar o primeiro curto por falta de toiro, entregou-se aos ladeios e piruetas, para colocar ferros de palmo e uma rosa com que terminou a lide e arrecadou o público.
No quarto Santa Maria de 525Kg de peso esteve mais irregular, perante um manso que nunca se deu ao confronto. Perpetuou uma lide a pedido do público, que apenas teve algum sumo nos dois primeiros curtos, fruto dos arreões de mansidão do astado.
Entrou com chispa o segundo da corrida com 520Kg lidado por Rui Fernandes. Cravou com classe os compridos nos médios e uma série de três curtos de ligeiras batidas ao manso e colocados de cima para baixo. No quarto aguentou a sorte junto a tábuas e dobrou-se no piton, deixando a praça em alvoroço, com novo ferro pedido que não teve o mesmo resultado.
O quinto exemplar da noite foi um manso que procurou a saída em todos os instantes, enquerençou-se nos médios e jamais de lá saiu, exibindo os 515Kg de mansidão. Rui Fernandes tratou-o como tal, com cites terra-a-terra, balancés e um par de bandarilhas passado, com uma delas bastante traseira na colocação.
João Maria Branco chega com facilidade às bancadas e recebeu o terceiro da corrida de 535Kg, muito reservado, cornivuelto e que de todos foi aquele que saiu em praça bem apresentado. Mexeu com o oponente na brega, seleccionou os terrenos, conseguindo esconder os defeitos do astado, para cravar o primeiro curto ao estribo. Terminou a lide em que mostrou sítio e ofício, com duas sortes cingidas nos tércios, de alto-a-baixo e com as bancadas satisfeitas.
O último da corrida foi o mais sério da noite, de 500Kg de peso, bragado e foi o único que humilhava ao investir. O cavaleiro praticante de Estremoz andou irregular, sempre de frente mas com velocidade a mais para o oponente que enfrentou, deixando dois ferros compridos de nota máxima e sofrendo toques e empurrões nos curtos, fruto de nem sempre se ter entendido com os tempos das sortes com que abriu o quarteio.
Pelos Amadores de Alcochete, Joaquim Quintela foi para a cara do primeiro da noite. Foi à primeira tentativa que fechou a pega, com o oponente a arrancar a choto e reunindo à barbela.
Diogo Timóteo citou bonito, em silêncioe com toreria. Reuniu à córnea e caiu com o toiro na arena, com o grupo a aconsumar ao segundo intento.
Bruno Pardal reuniu à barbela e viajou a direito ao grupo, que consumou à primeira tentativa.
Pedro Brito Sousa foi para a cara do segundo da corrida e primeiro do Aposento da Moita, pegado à primeira tentativa. Reunião rija à córnea , suportando todos os derrotes até ao grupo, que mesmo fechando ainda suportaram um oponente que ainda tinha mais mudanças na caixa de velocidades.
Diogo Gomes viu o oponente partir, embatendo de forma rija e reunindo à córnea de cara bem levantada, com o primeiro e os segundos ajudas a fixaram Diogo na cara, para o grupo consumar á primeira.
Nuno Carvalho fechou a corrida com a melhor pega da noite. O toiro partiu com pata, humilhou em demasia dificultando a reunião à córnea. Na viagem teve braços para todos os derrotes e aguentou-os todos enquanto o toiro sacudiu, para o grupo fechar a noite ao primeiro intento.