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Milfontes: ESGOTADA!

12 anos depois da última corrida, a portátil em Milfontes encheu para assistir a um espectáculo emotivo com um bom curro de Brito Paes.
17 de Julho de 2012 - 00:40h Crónica por: - Fonte: - Visto: 2603
Milfontes: ESGOTADA!

Um cartaz de “no hay billetes” podia ter sido afixado na bilheteira da portátil instalada em Vila Nova de Milfontes. As entradas esgotaram e a empresa teve mesmo que recusar a entrada a dezenas de pessoas que rodeavam a praça antes e até depois do início da corrida. Viveu-se um grande ambiente no espectáculo que retomou a festa brava no Alentejo Litoral, já que há 11 anos não se viam toiros em Milfontes e foi um “éxito de taquilla”.

Apesar do sucesso de bilheteira desta corrida reverter a favor da Casa do Povo de S. Luís para a construção de um lar de idosos na localidade, houve um sucesso imaterial ainda mais importante a considerar.

É que muitas vezes quando se organizam corridas em localidades menos aficionadas os empresários não hesitam em poupar para obter lucros fáceis, acreditando na boa-fé de um público menos exigente.

Não foi nada disso que aconteceu em Milfontes e a tauromaquia saiu largamente vencedora e dignificada porque com certeza não só os já aficionados gostaram deste regresso aos toiros como também se conquistaram novos aficionados entre aqueles que assistiram pela primeira vez a uma corrida.

O espectáculo teve uma mais-valia no curro de Brito Paes, de excelente apresentação, com um peso médio de 480kg que em geral cumpriu e deu espaço aos cavaleiros para boas prestações.

Com Sónia Matias como cabeça de cartaz, a corrida não podia ter tido melhor início. A cavaleira andou com a alegria que lhe é própria conquistou o público logo na primeira lide, frente a um oponente colaborante que lhe permitiu desenhar as sortes com correcção e transmissão.

Frente ao segundo oponente, igualmente bem apresentado, Sónia Matias teve mais trabalho e embora tenha pecado na escolha dos terrenos - já que insistiu que o toiro investisse da sua querença natural nos médios para terrenos de dentro – conseguiu resolver com uma lide segura e tranquila onde os remates dos ferros resultaram vistosos, com o toiro a apertar no castigo.

Com Filipe Gonçalves “se armó el lio” já que a inesperadas expressões do generoso cavalo das palmas chegaram à bancada com euforia. Frente àquele que foi o exemplar mais bravo do lote, o ginete pôs em evidência o estatuto de popularidade com que se tem rodeado. Na segunda parte da corrida Filipe Gonçalves mudou de registo e tirou do seu leque de possibilidades um toureio mais ortodoxo. Andou de frente com o toiro e cravou os ferros em sorte de caras, terminando com um aplaudido par a duas mãos.

O que também agradou ao público milfontense foram as prestações de António Brito Paes. Num registo completamente distinto dos alternantes, este cavaleiro prima pela extrema ortodoxia e cuidado em todos os pormenores com que se apresenta em praça. Na primeira parte lidou um ‘complicadote’ reservado que não se empregava nas investidas. Por fim, na última da noite andou cheio de pormenor, e, se os três primeiros curtos foram desenhados qual ‘verónicas’ os três seguintes foram aliados a bonitos apontamentos de alta escola nos cites e remates.

 

Os forcados tiveram esta noite um curro de trapio, que, sem dificultar em demasia, permitiu que fossem executadas pegas de ‘encher o olho’ todas ao primeiro intento.

Amadores de Coruche:

João Mesquita que esteve bonito a citar o toiro e mandou na investida para consumar ao primeiro intento.

José Marques consentiu, recuou e mandou na investida pronta do exemplar que recebeu humilhado, fechando à barbela.

António Tomás, que pela primeira vez pegava um toiro em praça, consumou em técnica exemplar com o toiro a arrancar franco.

 

Amadores de Cascais:

Paulo Loução consumou uma pega bonita e correcta à primeira tentativa, com eficácia do grupo.

Carlos Ricardo citou com calma e viu o toiro arrancar com pata pouco tinha ainda avançado dos médios, apesar de ter recebido com os joelhos, fechou decidido à córnea e aguentou bem a viagem por alto.

Bruno Cantinho concretizou um pega rija e apesar de ter escorregado ligeiramente a recuar mercê do estado difícil da arena, logrou aguentar a viagem até tábuas.

 

Foto de Duarte Gonçalves

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