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Póvoa de Varzim: Noite de Gala em Homenagem a Mestre David Ribeiro Telles

A noite de 18 de Agosto de 2012 ficará marcada na história da Monumental povoense.
20 de Agosto de 2012 - 09:25h Crónica por: - Fonte: - Visto: 2664
Póvoa de Varzim: Noite de Gala em Homenagem a Mestre David Ribeiro Telles

A noite de 18 de Agosto de 2012 ficará marcada na história da Monumental povoense. Conjugação de múltiplos factores, foi uma noite plena de arte, beleza e emoção que ficará gravada na memória de todos os aficionados que se deslocaram à capital nortenha da tauromaquia. Uma corrida de Gala à Antiga Portuguesa, evocação das corridas reais do século XVIII, a homenagem a uma das referências vivas do toureio equestre, patriarca de uma notável dinastia toureira, e inúmeros momentos de bom toureio tornaram a última corrida da temporada povoense um marco na temporada. Mais do que os rituais, a emoção, o perigo e a coragem de o enfrentar, são as atitudes dos homens que a interpretam que tornam a Festa um espectáculo único, Mestre David é por isso um exemplo e por isso foi justa e merecida a homenagem da afición nortenha.

Rodeado por alguns dos netos, Mestre David Ribeiro Telles pisou novamente a arena da Póvoa, onde toureara pela primeira vez há mais de meio século, para ser homenageado por diversas entidades do concelho, agradecendo com notável humildade as homenagens mas sobretudo ao público que o viu “bem e mal” e que sempre o acarinhou.

A noite foi de festa em torno dos Telles. Curro com a divisa de David Ribeiro Telles para ser toureado por seus filhos João Ribeiro Telles, em substituição de seu filho ausente por doença, António Ribeiro Telles e pelo neto Manuel Telles Bastos. Forcados Amadores de Coruche e Alenquer. Praticamente três quartos das bancadas da monumental povoense preenchidas.

João Ribeiro Telles mostrou o desembaraço que sempre o caracterizou e que os anos aprimoraram, sem nunca se notasse a ausência das arenas. Uma lide ligada, vibrante sem tempos mortos em que se notava um cavaleiro a disfrutar, divertindo e divertindo-se. Uma lide que permitiu recordar com saudade as inúmeras tardes em que João marcava a diferença nas arenas.

António Ribeiro Telles teve um início de lide complicada. Tocou-lhe um toiro que aparentava alguns problemas de visão e que não se interessava minimamente pelo cavalo. António deu-lhe a volta, como dá a quase todos e terminou a lide com uma boa série de curtos, em especial o terceiro e quarto. António Ribeiro Telles lida primorosamente e tem a notável capacidade de descobrir forma de “inventar” triunfos com toiros que aparentemente nada permitiam. Teve mais sorte com o seu segundo toiro. Cravou-lhe o melhor ferro da noite, o terceiro curto. Brindou-o a seu pai: “à sua saúde”. Colocou o toiro, levando-o calmamente na garupa do cavalo, mudou-lhe os terrenos virando-o para a crença natural, onde o hastado começava a procurar refúgio, recriou-se no cite, partiu recto e cravou em reunião cingida, de alto a baixo junto ao estribo.

Manuel Telles Bastos teve um início de noite atribulado. O primeiro toiro do seu lote lesionou-se e foi recolhido, por ordem do director de corrida, após o primeiro comprido. Lidou o que lhe tocaria em sorte para terminar a noite e mostrou-se em bom plano. Aprimorou-se nos ferros curtos, com momentos de alta nota, terminando a lide com o seu melhor ferro. Acabou por lidar o que tocaria a seu tio João e com a Rosa, égua também ela com o ferro da casa, desenhou uma lide longa, mas agradável e repleta de bons ferros.

Se as lides a duo não costumam ser pródigas em bons momentos de toureio, sendo felizmente pouco frequentes. Os cavaleiros da Torrinha sempre tiveram uma forma muito particular de interpretar esta modalidade de lide. A grande empatia e ligação dos irmãos Telles permitiu inúmeros triunfos e inesquecíveis momentos em lides a duo, sendo marcos importantes nas carreiras de António e João Ribeiro Telles. Em noite de homenagem a seu pai, não podia faltar uma lide a duo, por isso foi oferecida ao público a lide do sobrero. Entraram para os compridos António e João, após a troca de montadas saíram António e Manuel aos quais se juntou de novo João Ribeiro Telles, terminando os três cavaleiros em praça, lidando como sempre, de forma vibrante e ligada sucedendo-se os ferros alternados entre os cavaleiros. Final em apoteose.

Pegaram de forma eficiente e valorosa os homens das jaquetas de ramagens, destacando-se a primeira pega do grupo de Coruche e a pega dos amadores de Alenquer ao segundo toiro de António Ribeiro Telles. 

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