Beja foi quase praça cheia!
12 de Agosto de 2012 - 19:58h | Crónica por: Pedro Guerreiro - Fonte: - Visto: 2297 |
Foi com casa quase cheia que Beja viu realizar a sua tradicional corrida do 10 de agosto.
Rui Salvador abriu praça com uma lide regular, com sortes bem bragadas e rematadas. Teve o azar de ter por diante um toiro manso e distraído que lhe impossibilitou o triunfo.
Tito Semedo vinha moralizado após vencer o troféu de melhor lide em Albufeira. Esteve bem na ferragem comprida, a citar de largo com temple e suavidade resultando as sortes vistosas. Na ferragem curta com outra montada sentiu mais dificuldade, sofrendo alguns toques, acabando a lide num plano regular mas pouco vistoso.
Sónia Matias fez a lide que mais agradou ao público. Esteve calma e segura na ferragem comprida a cravar dois excelentes ferros. Na ferragem curta sentiu algumas dificuldades em colocar o toiro para a sorte, mas no final foi buscar o" Arábe atrevido" e cravou dois violinos de excelente nota.
António Brito Paes, realizou uma lide limpa. Bregou com nobreza e temple rematando as sortes com emoção. Teve a sorte de lhe ter calhado o melhor toiro da corrida, de córnea gravita e de 480kg um toiro em tipo da ganadaria Ernesto de Castro.
João Moura Caetano viveu uma das piores noites da sua vida. Primeiro com o cavalo "Aramis" esteve muito bem na ferragem comprida, com sortes templadas e suaves, batendo levemente ao pitón contrário, cravando com raça e emoção. Quando se preparava para cravar o segundo ferro curto o toiro partiu um dos membros ficando a coxear, sendo assim recolhido. No final da corrida caberia ao mesmo Moura Caetano a lide do sobrero. O sobrero foi o maior toiro da corrida, um negro de 590kg bonito e bem apresentado. João Moura teve bem nos compridos mas quando se preparava para iniciar a ferragem curta, com o "Temperamento" o toiro partiu uma pata sendo assim recolhido. Moura Caetano acabou a noite sem concluir qualquer lide. De saída da arena com o "Temperamento" o público da praça de Beja tributou-lhe uma bonita ovação.
João Maria Branco passou despercebido em Beja. O jovem ginete teve uma lide correcta e frontal mas sem grandes motivos de destaque. Teve o azar do seu oponente ser um manso com querenças nas tábuas e médios dificultando a cravagem dos ferros. Quando rematava as sortes o toiro fazia alguns estranhos com raça mas depois apagava-se.
Para os Forcados a noite foi mais tranquila e fácil. Por São Manços as pegas foram consumadas ao 2º e 1º intento. Na primeira pega o grupo teve mal a ajudar e a mesma gorou-se. Na segunda tentativa o grupo teve coeso a ajudar e a pega concretizou-se. Ainda pelos Amadores de São Manços foi cara Nuno Leão que raça de "leão" fez uma pega vistosa à córnea.
Pelos Amadores de Cascais Luís Camões realizou uma pega vistosa ao primeiro itento com o grupo bem fechado e coeso. Bruno Cantinho também por Cascais concretizou à terceira tentativa, o toiro custava a arrancar mas quando o fazia, punha a cara alta com força dando fortes mangadas tirando o forcado da Cara.
O Real Grupo de Moura só realizou uma pega (devido ao facto dos toiros de Moura Caetano se terem inutilizado). O cabo Valter Rico fechou-se bem numa pega correcta à primeira tentativa.
Um dos lados mais negativos da corrida esteve nos toiros de Ernesto de Castro. Saíram bem apresentados com uma média de peso de 500kg, mas no aspecto da bravura saíram mansos e pouco encastados, tornando difíceis as coisas aos toureiros. Do curro salvou-se um toiro, um animal de córnea gravita a fazer lembrar toiros de outros tempos. Foi um toiro colaborador e durou toda a lide.
Numa noite com pouco interesse, ainda um aficionado foi levado pela polícia para fora da praça após atirar uma lata para o ruedo acertando no toiro.
É de destacar a grande aderência de público na Praça de Toiros Varela Crujo.