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Aposento da Moita os Triunfadores Absolutos na Segunda de Abiúl

Com 3/4 de casa em Abiúl, um imponente curro José Teixeira, numa tarde não de António Telles e do director de corrida Pedro Reinhardt, os Amadores do Aposento da Moita foram os triunfadores.
07 de Agosto de 2012 - 15:18h Crónica por: - Fonte: - Visto: 2472
Aposento da Moita os Triunfadores Absolutos na Segunda de Abiúl

A segunda corrida da Feira Taurina de Abiúl 2012, contou com ¾ de casa fortes e com um imponente curro de toiros da ganadaria António José Teixeira de enorme transmissão, com os terceiro e quarto toiros da corrida a mostrarem-se nobres e sérios.

A tarde em Abiúl teve de tudo um pouco e António Telles abriu a corrida para enfrentar um manso que se atravessava uma barbaridade. Esse factor provocou duas violentas colhidas no início da lide dos curtos, que quase o desmontaram e o cavaleiro da Torrinha abandonou a lide após a segunda colhida, decorriam somente cerca de 5 minutos. O público não gostou e vaiou de forma ensurdecedora o cavaleiro durante um tempo considerável, até mesmo quando Nuno Carvalho do Aposento da Moita se preparava para citar.

António Telles regressou para o quarto da tarde, ainda escutando apupos das bancadas, de forma mais ténue que no final da primeira lide, abrindo os braços em jeito de promessa de correcção no toiro que se seguiria. Enfrentou um oponente de 450Kg de peso, bonito de formas, ligeiramente bisco, bravo e cheio de pata. A lide foi do agrado do público mas o cavaleiro da Torrinha andou irreconhecível. Bregou durante toda a lide a galope com o astado na garupa, dando voltas e mais voltas ao ruedo. Trocou de montada duas vezes e deu mais voltas ao ruedo acelerando o desgaste do oponente. Certo é que toda a ferragem foi ao estribo, mas com alguns toques no momento da reunião. No final colocou dois ferros novamente ao estribo perante um oponente rachado e sem parar para citar.

Rui Salvador teve duas lides diferentes mas a culpa foi do director de corrida. No segundo da tarde enfrentou um exemplar de 521Kg de peso, negro, distraído mas bem rematado nas formas. A lide chegou com agrado às bancadas, pois o cavaleiro de Tomar teve o condão de elaborar uma brega em que conseguiu manter o oponente cheio de defeitos, fixo na montada. As sortes resultaram algo aliviadas e com algumas passagens em falso.

No quinto da tarde, o cavaleiro de Tomar recebeu um oponente de 520Kg de peso, que entrou cheio de chispa e perseguiu a montada com codícia. Ao fim de duas voltas ao ruedo, o astado ficou diminuído na mão direita, obrigando o director de corrida, Pedro Reinhardt, a ordenar o toque para recolher o exemplar António José Teixeira. Só que inexplicavelmente, o inteligente voltou atrás na decisão e Rui Salvador foi obrigado a lidar o imensamente diminuído oponente. As bancadas inicialmente atónitas perante gigantesco erro no retrocesso, viam o astado dobrar infinitas vezes as mãos, com o cavaleiro de Tomar a evitar cravar o primeiro comprido perante tal descalabro. Só que o director Pedro Reinhardt permaneceu na incoerência e irou as bancadas, que lhe endereçaram impropérios de reprodução impossível neste registo. Assim sendo, a lide foi de enorme correcção de Rui Salvador, a uma velocidade tão reduzida, que evitou forçar o oponente a esforços desnecessários.

Luís Procuna lanceou à verónica e rematou com uma meia verónica, seguida de uma rebolera. De seguida elaborou o melhor e mais vistoso quite da noite, de navarras e chicuelinas, rematadas por uma serpentina. No segundo tércio optou por colocar apenas um par de frente, com os restantes a opção foi a de violinos a uma só mão. O oponente humilhava e repetia a gosto e foi pela mão direita, no bico da muleta, que Procuna conseguiu os melhores passes, templados e com recorrido. Prolongou em demasia a lide, com o astado a protestar nas investidas.

O último da noite tem pouca história. No capote, nada a assinalar. No segundo tércio, nada de diferente do lote anterior: apenas um de frente e dois violinos a uma só mão. Na muleta, o matador Moitense tentou extrair o mais que pôde, mas o exemplar Teixeira não tinha investida que proporcionasse fosse o que fosse.

Os Amadores do Aposento da Moita tiveram uma rija tarde, mas mostraram porque são um dos grupos de excepção nacionais.

Nuno Carvalho foi para a cara do primeiro da tarde. E como sempre nos habituou, desta forma foi igual, à primeira tentativa efetuou um pegão. Reuniu de forma rija à córnea, e depois de se fechar, o toiro bem que sacudiu e aumentou de velocidade, atravessando o grupo, com Nuno Carvalho fixo sem nuca parecer poder largar o oponente.

José Maria Bettencourt pegou ao segundo intento, de forma rija à barbela, numa viagem a direito ao grupo.

Nuno Inácio recuou e embateu de forma bem rija no oponente, reunindo à córnea, com o grupo a fechar à primeira tentativa.

O cernelheiro Bernardo Cardoso e o rabejador Tiago Ribeiro efectuaram uma pega de cernelha ao quinto da corrida, também à primeira tentativa.  Este toiro foi o diminuidíssimo exemplar que calhou a Rui Salvador e que o “inteligente” ordenou que se efectuasse a recolha, e logo se arrependeu de sábia decisão (vá lá saber-se o porquê).

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