João Salgueiro Incendiou a Nazaré
06 de Agosto de 2012 - 15:28h | Crónica por: Filipe Pedro - Fonte: - Visto: 2467 |
Foi a segunda corrida toiros na Nazaré, desta feita com um cartel misto e que contava com uma das poucas aparições de João Salgueiro como um dos principais atractivos. O certo é que a lotação esteva algures entre a meia casa e os ¾, com muita juventude nas bancadas.
O curro Falé Filipe teve um pouco de tudo quanto à apresentação. No comportamento cumpriram para os cavaleiros, mas surpreendentemente no toureio apeado pouco serviram, não deixando hipóteses de triunfo para os dois matadores.
A primeira lide da noite coube a António Telles e a João Salgueiro, frente a um oponente castanho bragado e de 505Kg de peso. A lide até corria de feição na ferragem comprida mas o oponente apagou-se após a troca de montadas. Sem saber para onde investir e apesar do sincronismo do duo, não há muito para dizer do resultado desta lide.
Vítor Mendes lanceou à verónica o segundo exemplar da corrida, com 465Kg de peso. António João Ferreira foi colhido ao executar um quite, sofrendo um par de investidas na arena e volteado numa delas. No tércio de Bandarilhas, o primeiro foi falhado por David Antunes, escutando forte bronca das bancadas. O oponente apresentava uma investida descomposta, com o matador Vilafranquense tentando extrair tudo o que podia. Ficam na retina uma série de molinetes e alguns passes pela mão direita que resultaram com temple.
No sexto da noite, destaca-se o segundo tércio com dois pares de bandarilhas de cima-a-baixo por António João Ferreira e Vítor Mendes, frente a um oponente de 485Kg de peso. Apesar de todos os esforços e sempre com sentido, Vítor Mendes não conseguiu extrair mais do que dois passes ligados, perante um astado sem investida, nem recorrido por ambos os pitóns.
António João Ferreira lanceou à verónica o terceiro exemplar da noite com 470Kg de peso, rematados por uma meia verónica. O melhor quite foi o seguinte, de chicuelinas rematadas por uma rebolera. O segundo tércio foi discreto com um par em que apenas uma ficou, meio par e novo meio par. Na muleta não conseguiu sacar faena. O oponente não tinha som, não humilhava e deixou enrolar o engano no astado. Os últimos passes pela mão direita antes de simular estocada foram os de melhor resultado, mas sem nunca deslumbrarem.
No sétimo da noite, pouco há para descrever. Uma larga afarolada de joelhos junto ao sector 2 ao oponente de 460Kg de peso, é tudo o que sobra para contar.
O quarto exemplar da corrida tinha pelagem castanha, 480Kg de peso, bisco do pitón esquerdo e foi lidado por António Telles. O segundo comprido é de praça-a-praça, com ligeiro desvio na viagem. Cravou o primeiro curto de cima para baixo e apanhou um susto ao ir buscar o segundo curto à teia, quando sofreu um violento empurrão junto a tábuas. A lide resultou envolvente mas sofreu um toque ao cravar o terceiro curto e o quarto resultou a cilhas passadas. Terminou a lide numa sorte cingida e ao estribo.
Mas o grande triunfador da noite na Nazaré foi João Salgueiro. Nobre e voluntarioso nos compridos, o astado castanho de 470 Kg de peso manseou nos curtos. Salgueiro aproveitou a ocasião, citou de praça-a-praça, tentou que o oponente arrancasse, conseguiu sempre que o mesmo estivesse ligado na lide, mas teve de entrar toiro a dentro, pisando-lhe os terrenos, com ferros carregados de emoção, frente a um toiro que pouco transmitiu. As bancadas rejubilavam com tanta emoção e endereçaram os mais calorosos aplausos da noite a João Salgueiro, que incendiou o sítio da Nazaré e pôs em sentido o corpo de bombeiros, para que as chamas do triunfo não inflamassem o pinhal de Leiria. Grande lide de João Salgueiro sagrando-se o máximo triunfador da corrida.
Os Amadores de Vila Franca tiveram uma noite soberba frente aos três oponentes Falé Filipe que enfrentaram.
Ricardo Patusco mandou no arranque do toiro. Este partiu a medir quase até tábuas, com o forcado da cara a recuar e a aguentar uma barbaridade, para reunir à barbela e o grupo consumar ao primeiro intento.
Márcio Francisco efectuou a melhor pega da noite à primeira tentativa. Fechou-se à córnea num embate rijo e suportou os derrotes até ao primeiro ajuda, que fixou o colega na cara e com o grupo a resolver com coesão.
Fechou a noite de Vila Franca o forcado Pedro Henriques, com uma pega ao primeiro intento. Reuniu à barbela e acoplou-se, numa viagem a direito ao grupo, que fechou a pega numa grande noite do grupo comandado por Ricardo Castelo.