Javier Castaño e Aldeano Salvam a Tarde dos Cuadri em Sevilla
18 de Abril de 2012 - 00:36h | Crónica por: Sérgio Lavado - Fonte: - Visto: 1889 |
A majestosa Real Maestranza de Sevilla recebeu, com meia lotação, os encastados, bravos e harmoniosos toiros de Cuadri. Saíram ao ruedo com pesos compreendidos entre os 570 e os 650kg, com um trapío impressionante e um comportamento bastante definido. Em geral, sobrou-lhes casta, bravura e fijeza e faltou-lhes mobilidade, desplazamiento e repetição. Destacou-se pela positiva o 3º do encerro, Aldeano de nome, que teve mais mobilidade e transmissão na investida. De luces marcou presença Antonio Barrera, Javier Castaño e Alberto Aguilar.
Para Antonio Barrera estava reservado o lote com menos possibilidades. O seu primeiro, um negro liston que primou pela cara, foi o mais desluzido do curro. Sem se entregar em nenhum dos tercios, este Cuadri, la foi respondendo aos “toques” fortes da muleta do sevillano com curtas e desvanecidas investidas. Durou três “enfadonhas” tandas, que Barrera rematou com uma meia estocada contrária. Completou com o descabello. Silêncio. O quarto teria semelhante história. Este encastado negro liston apresentou-se no reudo sevillano a pedir que lhe fizessem as coisas bem. Não teve essa sorte. A faena foi de mais a menos, primaram os muletazos desligados, os enganchazos e a má colocação de Barrera. Marcou ausência a falta de classe na investida do Cuadri e assim, para “el recuerdo” ficou apenas o recibo de capote por templadas verónicas. Matou à primeira. Silêncio.
A Javier Castaño tocou-lhe em sorte um lote exigente e perigoso. Lidou em primeiro lugar um negro com pouca cara mas que lhe exigiu uma barbaridade. Frente a ele, Castaño sacou a raça que leva dentro e arrancou uma faena de um mérito impressionante. Este traiçoeiro Cuadri, metia-se por dentro pelo lado esquerdo, custava-lhe a humilhar, ficava curto e preferia mirar a cintura que a muleta. Com tal “abismo” por diante Castaño encurtou distâncias, citou com decisão e ganhou a batalha! Terminou a faena com o toiro “metido” na muleta e com a Maestranza aos seus pés. Burrou a pintora com o estoque, matou à segunda e completou de más maneiras com o descabello. Ovação. No segundo nada a fazer. Este negro cinqueño empenhou-se em complicar a vida a Javier Castaño, procurava a colhida a todo o momento, os susto foram uma constante e a faena resumiu-se ao tercio de bandarilhas. Estoqueou à segunda. Silêncio.
Alberto Aguilar teve pela frente o melhor do encerro, o terceiro. Apelidado de Aldeano, este Cuadri viria a apresentar mais mobilidade e transmissão que os seus irmãos de camada. Com o focinho a roçar o solo, repetindo sem hesitar e empurrando até ao final, Aldeano ofereceu todo o seu piton direito para que Aguilar desenhasse uma boa faena. O esquerdo era impossível… O madrileno, segurou a muleta na mão direita e a tourear bem foi obrigado! Matou com uma meia estocada tendida e traseira. Descabelhou ao quinto intento. Ovação para toiro e toureiro. Fechou a tarde um castanho, fiero em varas e exigente na muleta. Nos tendidos ouviu-se “mucho toro para poco torero”. Aguilar recusou-se a tourear de capote e na muleta demorou uma barbaridade a entender-se com o Cuadri, que ficava curto e levantava a cara no final dos muletazos. No final conseguiu… desenhou duas séries e arrancou algumas palmas à afición sevillana. Matou de uma meia estocada que completou com o descabello. Silêncio