A corrida dos Murteira Grave na Granja
18 de Setembro de 2011 - 18:30h | Crónica por: Sérgio Lavado - Fonte: - Visto: 9107 |
A praça de toiros da Granja recebeu com as bancadas meias a tradicional corrida integrada nas festas em honra de São Sebastião. Viveu-se uma agradável tarde de toiros. Os Murteira Grave que saíram ao ruedo eram todos eles nascidos em 2008 e deram bom jogo quer para os cavaleiros, quer para os forcados. De destacar a mobilidade, a fijeza na montada, o fundo e a nobreza das rezes vindas da Herdade de Galiana. Talvez lhes faltasse um pouco mais de poder para que as reuniões com os cavalos e as pegas pudessem ser mais emocionantes mas, ainda assim, cumpriram perfeitamente as suas funções.
Abriu praça João Moura Caetano. O seu lote estava composto por um primeiro negro bragado listón, que se apresentou bastante colaborador e que durou até ao fim da lide, e por um negro, que foi o que apresentou menos mobilidade de todo o curro. Frente a eles, Moura Caetano esteve correcto, desenhando as sortes com maestria e cravando “no sitio”. Quiçá lhe tenha faltado empatia com o público e alguns adornos para “meter” a afición da Granja nas suas lides. Foi no quarto da tarde que alcançou a sua melhor actuação, já que com bregas bem conseguidas conectou-se mais com os tendidos da Granja. Terminou as suas actuações com ferros de palmo que agradaram ao público presente.
Em segundo lugar actuou Manuel Telles Bastos. Saiu-lhe em sorte um castanho bragado que foi crescendo com o decorrer da lide e um negro bragado listón que viria a demonstrar menos força que os seus irmão de camada. Telles Bastos recebeu os seus oponentes com três ferros compridos para depois cravar mais seis curtos em ambas as actuações. Seguindo o seu corte clássico, o jovem cavaleiro esteve em bom plano. Apostou em sortes frontais e em reuniões carregadas de verdade mas tal como Moura Caetano faltou-lhe conectividade com os tendidos. Com os toiros que teve por diante talvez pudesse ter alcançado lides de outras dimensões, ainda assim, pouco há de negativo para lhe apontar.
Fechava o cartel João Maria Branco, que viria a ser o cavaleiro mais aplaudido da tarde. O seu lote era composto por um burraco que era colaborador mas que não se empenhava no momento da reunião e por um negro chorreado que foi o que mais se destacou pela positiva, quer de trapio, quer de comportamento. Frente a este bom lote, Maria Branco cravou ferros de excelente nota, em sortes de frente, dando vantagens ao toiro, cravando “en todo lo alto” e rematando com bregas ajustadas. Especial destaque para o primeiro e terceiro ferros curtos da sua primeira actuação, onde saem das bancadas as suas maiores ovações. Pena foi frente ao sexto toiro alguns dos ferros terem ficado mal colocados, tirando assim algum brio à sua segunda actuação.
Envergavam as jaquetas os Amadores de Safara e os Amadores da Póvoa de São Miguel. Pelos Amadores de Safara foi chamado à cara do primeiro da tarde Bruno Valente, que se fechou ao primeiro encontro. O terceiro do curro foi pegado também ao primeiro intento por João Daniel, numa pega fácil mas onde o forcado da cara teve frieza para carregar o toiro no momento certo. E o quinto por Fábio Caçador à segunda tentativa numa pega onde o toiro empurrou sem maldade pelo “grupo a dentro”.
Pelos Amadores da Póvoa de São Miguel, partiu para a cara do segundo da tarde André Batista, mas um derrote seco e violento não permite que o forcado se feche na reunião. Depois desta tentativa o toiro fica com um piton desembolado e é pegado de cernelha por José André dos Santos e Fábio Madeira ao segundo intento. O quarto do encerro foi pegado ao primeiro encontro por Fábio Madeira, com o forcado da cara a fechar-se com audácia e o grupo a ajudar com coesão. Encerrou a tarde Ruben Mestre que consumou à primeira, numa pega fácil mas onde o grupo não complicou.