António Telles vence Troféu João Núncio em Évora
31 de Outubro de 2011 - 16:54h | Crónica por: Ana Rita Linhan - Fonte: - Visto: 2655 |
A Arena d´ Évora engalanou-se para receber a primeira Corrida de Gala à Antiga Portuguesa e mais uma edição do troféu João Branco Núncio. Esta corrida ficou marcada por duas despedidas, a primeira foi a do cabo Bernardo Patinhas, que não esteve presente, assumindo os destinos do grupo António Alfacinha. A segunda despedida foi a da empresa Terra Brava, já que para a próxima temporada a gestão do taurodromo eborense vai estar a cargo da empresa Toiros e Tauromaquia do conhecido taurino António Cardoso “Néné”.
Em praça estavam anunciados os cavaleiros António Telles, Luís Rouxinol e João Salgueiro. As pegas ficaram a cargo dos Amadores de Évora e Amadores de Beja, já que venceram o Concurso de Pegas de Cernelha no início da temporada.
Foram lidados toiros da ganadaria Palha de comportamento e apresentação desigual, a pedir contas tanto a cavaleiros como a forcados.
Abriu a função António Ribeiro Telles recebendo o toiro à saída dos curros e frente a um Palha que se adiantava no momento da sorte, derrotando a montada por duas vezes nos primeiros compridos. Nos curtos o toiro veio um pouco a menos e António com o Santarém teve que lhe pisar terrenos para a colocação da ferragem curta, destaca-se o rigor do cavaleiro da Torrinha em colocar o toiro para as sortes. No segundo toiro António Telles teve matéria-prima para rubricar uma lide a gosto. Esteve bem nos compridos e nos curtos, com ligeiras batidas ao piton contrário rubricou uma actuação típica da escola da Torrinha.
Luís Rouxinol vinha a Évora motivado para conquistar mais o Troféu Branco Núncio, mas calhou-lhe a “fava” da corrida. Um típico toiro manso que se defendia no momento da reunião “estacionando” nos médios e pouco mais fazia. Chegou a assustar com uma investida intempestiva quando teve a possibilidade de atingir a montada. Rouxinol andou esforçado, mas pouco havia a fazer. No seu segundo toiro, Luís Rouxinol andou mais a gosto, recebendo bem o toiro à saída dos curros montando com o cavalo Dólar. Nos curtos o cavaleiro andou esforçado mais uma vez, colocou bons ferros chegando ás bancadas, mas não evitou alguns toques na montada. Fechou a lide com um bom par de bandarilhas.
João Salgueiro teve uma passagem discreta por Évora. O seu primeiro toiro era um manso muito distraído, havendo algumas dificuldades em colocá-lo em sorte, no entanto Salgueiro tentou dar a volta por cima cumprindo com a ferragem da ordem, com destaque para o quarto ferro curto. No seu segundo toiro o cavaleiro de Valada do Ribatejo teve uns furos acima da sua lide anterior. Pisou os terrenos ao toiro para a cravagem dos ferros e não evitou algumas passagens em falso, dado ser um toiro algo reservado.
Quanto à forcadagem a noite foi dura, mas os grupos responderam à altura. Pelos Amadores de Évora pegaram à primeira o cabo António Alfacinha, Gonçalo Pires e João Pedro Oliveira.
Pelos Amadores de Beja pegaram Luís Eugénio após dobrar Ricardo Soares que por sua vez dobrou Hugo Santana. Este ultimo um jovem e valoroso forcado, ficou inanimado na primeira tentativa tendo mesmo sido sujeito na arena a manobras de reanimação que se mostraram eficazes logo de imediato. Apesar de todo o aparato da colhida e ao que podemos apurar, o Hugo já se encontra a recuperar em casa… as nossas melhoras forcados. Por Beja pegaram ainda à primeira João Fialho e Ricardo Castilho.
No intervalo foi ainda descerrada uma placa alusiva José Barahona Núncio, no local onde era costume este assistir ás corrida em Évora, já quando estava confinado à sua cadeira de rodas.
Dirigiu com asserto, mas permissivo o antigo forcado Agostinho Borges.