Coliseu de Redondo com tarde entretida mas muito longa
06 de Outubro de 2011 - 16:51h | Crónica por: Ana Rita Linhan - Fonte: - Visto: 2312 |
O Coliseu de Redondo abriu portas para mais um corrida de toiros inserida na Feira de S. Francisco. Uma tarde com ¾ fortes de casa, bom ambiente nas bancadas, mas com o espectáculo a prolongar-se muito (3:30h), muito por culpa das dificuldades em recolher os toiros com os cabrestos, tendo-se por três vezes recorrido à corda.
Em praça três cavaleiros que se têm destacado durante a temporada, Vítor Ribeiro, Filipe Gonçalves e Brito Paes. As pegas ficaram a cargo dos Amadores de S. Manços e Redondo. Lidaram-se toiros bem apresentados de comportamento desigual da ganadaria de António Charrua.
Abriu praça Vítor Ribeiro diante um “Charrua” colaborante. O cavaleiro andou correcto diante um toiro que não carregava muito na montada, deixando-se lidar proporcionando uma lide agradável. No seu segundo toiro, Vítor Ribeiro brindou a toda a sua quadrilha e diante de tão boa “matéria-prima”, “pôs a carne no assador” e rubricou uma grande lide. Recebeu o toiro nos médios lavando-o entretido na garupa do cavalo. Nos curtos deu vantagens ao toiro e com ligeiras batidas ao piton contrário protagonizou uma grande faena levantando as bancadas.
Filipe Gonçalves teve uma passagem muito agradável pelo Redondo. Um cavaleiro adepto de um toureio que chega facilmente ás bancadas, no seu primeiro toiro pouco fez, embora o toiro prometesse muito nos compridos. Nos ferros curtos o astado veio a menos, com o cavaleiro a não lhe conseguir dar a volta. No segundo toiro o “Furacão do Algarve”, recebeu-o bem nos compridos e nos curtos chegou facilmente ás bancadas. Colocou ferros com batidas muito denunciadas ao piton contrário passando algumas vezes em falso, mas foi com o seu cavalo que “bate as palma” e sobe o estribo da praça que o “algarvio” atingiu o ponto mais alto da sua lide. Terminou com um violino seguindo-se de uma ferro de palmo.
Brito Paes andou correcto no seu primeiro toiro, que se revelava algo reservado, com o jovem cavaleiro a colocar correctamente a ferragem da ordem. No último da tarde, Brito Paes teve pela frente um bom toiro de António Charrua que arrancava de todos os terrenos. O cavaleiro colocou muito bem a ferragem comprida com o cavalo encostado ás tábuas dando vantagens ao toiro. Nos curtos a lide manteve-se no mesmo registo, pena que no último ferro o cavaleiro encontra-se algumas dificuldades para a colocação do mesmo, com o toiro a ir a menos.
Quanto à forcadagem a sorte sorriu de forma diferente para os dois grupos.
Os Amadores de S. Manços pegaram com eficácia todos os toiros à primeira tentativa intermédios de Arménio Reis, Pedro Santos e Pedro Fonseca.
Os Amadores de Redondo, tiveram uma tarde muito dura, fruto um pouco das “favas” que lhe calharam em sorte. O seu primeiro toiro foi “vivo” para os currais depois de seis tentativas falhadas, com o oponente a entrar grupo a dentro e fazendo muitos estragos. Tentou-se ainda a pega de cernelha, mas o toiro nunca encabrestou e o director de corrida mandou e bem recolher o toiro. Pegaram ainda Hugo Figueira à segunda e Carlos Silva, à primeira.
Nesta corrida estavam em disputa o Troféu Simão da Veiga Jr. para a melhor lide, conquistado com divisão de opiniões pelo cavaleiro Vítor Ribeiro e o Troféu Miguel Capinha Alves, referente á melhor pega, conquistado por Carlos Silva dos Amadores de Redondo, referente à ultima pega, também com divisão de opiniões, mas que o grupo não aceitou e entregou-o ao Amadores de S. Manços.
Neste caso discordamos dos Amadores de Redondo em não ter aceitado o troféu, porque o que estava em disputa não era o troféu para o melhor grupo, mas sim troféu de melhor pega.
Dia 1 de Novembro o Coliseu de Redondo encerra a temporada com uma corrida mista, espectáculo raro nas praças alentejanas esta temporada.