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A Segunda de Barrancos

Destacou-se o valor de Borja Jimenez frente a um nobre sem força e a toreria de Tiago Santos frente a um encastado com ritmo
31 de Agosto de 2011 - 00:44h Crónica por: - Fonte: - Visto: 2005
A Segunda de Barrancos

        Na segunda tarde de toiros das tradicionais festas de Barrancos, aguardavam nos curros mais dois erales de Couto Fornilho. Mais uma vez apresentaram um vistoso trapio e umas caras que deixaram algo a desejar. Nobre mas com muito pouco fundo o primeiro, bravo e com ritmo mas agressivo e exigente o segundo. De luces vestiu-se Borja Jimenez – volta ao ruedo e Tiago Santos - ovação.

        O primeiro da tarde, nascido em 2009 e negro de pelagem, mostrou logo no capote que lhe sobrava nobreza e lhe faltava fundo. Sempre fixado no engano e metendo nele a cara com bastante classe, foi recebido por Borja Jimenez com verónicas de excelente nota que arrancaram dos tendidos de Barrancos a primeira ovação da tarde. Ao quite saiu Tiago Santos, por chicuelinas, mas logo aqui o Couto Fornilho começou a ficar curto. Jimenez começou a faena de muleta pelo lado direito, e por aí arrancou uma excelente tanda, cheia de ligação e temple, com o toiro a arrancar-se pronto, a meter bem a cara no engano e a repetir sem hesitar. Mas depois dessa série deixou de haver toiro, cada vez lhe custou mais a arrancar-se para o primeiro muletazo, as investidas cada vez se tornaram mais curtas e a transmissão evaporava-se com o passar das tandas. Ainda assim, Borja Jimenez mostrou que estava ali para tourear fosse como fosse e arrimou-se ao Couto Fornilho sacando muletazos desligados mas de grande valor. Houve de tudo: circulares, circulares invertidos, manoletinas, passes de peito, trincherazos, câmbios de mano, toureio de joelhos, desplantes atirando a muleta ao solo, etc. etc. etc. Toureio com “T” maiúsculo apenas houve na primeira série mas a afición de Barrancos gostou bastante da actuação de Jimenez e aplaudiu com força toda a faena. Antes de entrar a matar tinha dois troféus na mão, mas mais uma vez o desacerto com a espada e com o descabello tornaram uma faena de duas orelhas numa de volta ao ruedo.

        A Tiago Santos saiu-lhe outro negro também ele nascido em 2009. Este Couto Fornilho, até agora o que mais possibilidades de triunfo ofereceu em toda a feira, apresentou-se um pouco bruto e protestava no final dos muletazos mas metia bem a cara ao inicio, empurrava até ao final, tinha fijeza, era pronto e repetia com ritmo. Santos, num toureio em redondo, aproveitou da melhor forma o bom fundo do toiro, desenhando séries com ligação, temple e toreria. Terminou a faena com ajustadas manoletinas mas foi numa tanda pelo piton esquerdo (lado por onde o toiro investia com mais classe) que alcançou o ponto mais alto da faena, sacando meia dúzia de naturais que deixaram o tabuado de Barrancos a respirar um aroma a arte que impulsionou uma calorosa ovação! Faltou a Santos um pouco mais de calma para deixar o toiro respirar entre uma série e outra mas, ainda assim, alcançou possivelmente a melhor faena desta temporada em Barrancos. Não deixar passar em branco o tercio de bandarilhas onde Santos tomou o comando das operações e cravou três vibrantes pares, o último ao quiebro que levantou o público de Barrancos numa forte ovação. Para finalizar, outra vez desacerto com a espada e com o descabello e novamente lá se foram os troféus por água abaixo.      
                            

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