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A Primeira de Barrancos

Gonçalo Montoya salvou a tarde com um templado recibo de capote por verónicas e duas excelentes séries pelo lado direito
29 de Agosto de 2011 - 23:01h Crónica por: - Fonte: - Visto: 2306
A Primeira de Barrancos

        Dois erales de Couto Fornilho aguardavam nos currais a saída para a primeira corrida das tradicionais festas de Barrancos. Atendendo a que os novilhos tinham o número 9 nas espáduas, apresentaram-se com um excelente trapio, já de cara deixavam algo a desejar. Em termos comportamentais o primeiro roçou o muito mau e o segundo o muito bom. De luces vestiu-se António João F. “Tójó” – assobios e Gonçalo Montoya – orelha.   

        O primeiro da tarde, um chorreado bragado de pelagem e nascido no ano 2009 não facilitou em nada a tarefa de Tójó. Desde cedo se mostrou distraído e com crenças no tabuado barranquenho. Tinha meias investidas e metia mal a cara no engano. Tójó, sem nunca tentar de verdade sacar muletazos a este Couto Fornilho, abreviou a faena e prontamente entrou a matar. Começou por “pinchar” três vezes mas rapidamente agarrou o descabello. Com ele na mão assistiu-se a uma tortura que esperamos que nenhum anti-taurino tenha visto. Depois de Tójó “pinchar” 15 ou 20 vezes com o descabello, de o puntillero “pinchar” mais umas 5 ou 6, de um bandarilheiro ser gravemente colhido e de o toiro, já com a nuca a jorrar sangue por todos os lados, se deitar e se voltar a levantar vezes sem conta, lá Tójó acerta finalmente com o “sítio”, já debaixo de uma assobiadela monumental da praça de Barrancos.

        Gonçalo Montoya arrancou a primeira ovação do tabuado de Barrancos no seu excelente recibo de capote. Montoya embebeu a codiciosa e humilhada investida deste segundo da tarde, numas bonitas verónicas que deixaram a afición de Barrancos “de pelos en punta”. Este Fornilho, também ele nascido em 2009, apresentou-se de pelagem negra e desde cedo veio ao de cima a sua nobre investida e a sua fijeza no engano, para além disso repetia com ritmo o que deixava adivinhar grande faena! E assim foi, Montoya com a muleta na mão direita começou a faena com duas tandas extraordinárias. O toiro arrancava-se mal o toureiro o tocava, tomava o engano por baixo e até ao final, repetia com ritmo e por direito e Montoya soube aproveitar bastante bem todas estas qualidades do Couto fornilho e desenhou duas séries que deixaram Barrancos em êxtase! Pena foi na terceira tanda deixar enganchar a muleta, ficando desarmado. A partir daí o toiro já não voltou a ser o mesmo, a faena arrefeceu cada vez mais e terminou com uma estocada descaída, ao terceiro intento. Orelha.                          

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