Concurso de ganadarias de Alcochete com motivos fortes!
14 de Agosto de 2011 - 23:13h | Crónica por: Sara Teles - Fonte: - Visto: 4446 |
Em tarde de expectativas altas para o mítico concurso de ganadarias de Alcochete, o ambiente não estar com mais salero. Praça quase cheia e muito calor fizeram soar no conclave o ambiente que se impunha.
Abriu a tarde António Telles frente a um bonito exemplar da ganadaria do Eng.º Samuel Lupi com 565 kg de peso e trapio. Saindo à praça com muito som, este toiro deu margem para que António Telles se evidenciasse numa lide “das suas” em que as sortes em desenho frontal tiveram o papel principal.
O toiro com mobilidade e emoção permitiu ainda que o cavaleiro se recriasse no adorno, dos cites à brega, ficando a ganhar a boa condição do exemplar.
No segundo toiro da ganadaria de Ortigão Costa, com 540kg, o cavaleiro sentiu mais dificuldade, o que o fez encastar-se e concretizar uma lide de nota máxima em que os bons ferros mostraram a cada um deles a soberba maestria do ginete, frente a um colaborante mas ligeiramente reservado exemplar.
João Salgueiro, que lidou um quatreño de 585 kg proveniente do Conde Cabral, cuja pelagem cardena causou exclamação nas bancadas. Sentiu alguma dificuldade no início mas acabou por se entender pisando os terrenos deste
toiro sem muita emoção, que cumpriu sem exuberância. Na segunda parte da corrida, lidou o mais pesado, com 625 kg da ganadaria Passanha, imponentíssimo e cuja apresentação bastante concorria ao prémio em disputa. Depois de dois compridos «en su sitio», Salgueiro andou correcto nos curtos, aproveitando a suavidade da investida e terminando com um grande ferro, daqueles que o tipificam como genial toureiro que é.
O mais jovem, Tomás Pinto foi o menos afortunado com o lote. Lidou primeiro um Grave com 580 kg que foi buscar à porta gaiola. Cravou um grande primeiro ferro à tira a dois tempos e, não obstante o segundo correcto também à tira, não se justificou a música que recebeu no terceiro desta ferragem. Nos curtos andou irregular devendo destacar-se o terceiro e quarto em bonita sorte de caras.
Lidou, fechando a tarde, um Sobral com 610 kg de invulgar pelagem sarda, que, como é seu apanágio, foi receber à porta dos curros. Porém, este que foi o pior da corrida, exigiu tudo do cavaleiro que teve assim que acometer e cravar grande parte dos ferros com o toiro quase parado.
Quanto às pegas, que estiveram a cargo dos amadores de Alcochete, a tarde/noite não foi fácil. O primeiro toiro do Engº Samuel Lupi partiu o piton pela cepa aquando dos capotazos para o colocar em sorte e assim tiveram que sair para a volta a dupla Daniel Silva e Marco Sousa que consumaram a pega de cernelha sem grande brilho.
Fernando Quintela recebeu um forte derrote do segundo toiro saindo lesionado da arena e sendo dobrado por Pedro Belmonte, que teve uma excelente primeira ajuda e consumou correcto.
João Pedro Sousa consumou à terceira tentativa em dificuldade mercê dos fortes derrotes que o toiro imprimia.
Ao segundo intento consumou Rui Batista, aguentando a investida dura com grande valor do forcado.
Extraordinária foi a pega de Nuno Santana com o forcado bem fechado à córnea a aguentar a viagem até tábuas, o que lhe valeu uma segunda volta ao ruedo.
A sexta pega revelou-se difícil porque, até ali, o toiro se mostrou reservado. Ruben Duarte conseguiu contornar a dificuldade e consumar com grande impacto uma pega em que o toiro derrotou por alto.
Foram assim vencedores do concurso o toiro do Engº Samuel Lupi que muito justamente recebeu o prémio bravura, e, o toiro de Conde Cabral que mais discutivelmente recebeu o prémio apresentação.