Tarde de toiros com pouco público em Moura
Miguel Moura deu ar da sua graça, na castiça Praça de Toiros de Moura
13 de Setembro de 2010 - 22:44h | Crónica por: Fernanda Rita - Fonte: - Visto: 2242 |
Por ocasião da Feira Anual de Moura, e como manda a tradição, decorreu no passado dia 11 de Setembro, na castiça praça desta Cidade, mais uma corrida de toiros á portuguesa. João Moura, António Telles e António Maria Brito Paes, foram os três cavaleiros que preencheram o cartel. A comemorar 39 anos de existência o Real Grupo de Moura encerrou-se com seis toiros na praça da sua terra, frente a um curro de Novilhos/toiros de Cunhal Patrício, bem apresentados, que no geral, deram jogo desigual, mas que cumpriram. Seguiu-se um espectáculo de Variedades Taurinas, em que actuou Miguel Moura frente a um novilho de João Moura. A praça registou pouca entrada de público.
Debaixo de um calor abrasador, abriu a função João Moura que andou irregular no seu primeiro toiro. Deixou a ferragem comprida da ordem, e de seguida foi trocar de montada, trouxe o Merlin para iniciar a lide nos curtos. No primeiro ferro curto bregou, deixando o toiro em sorte e cravou, ficando o ferro um pouco descaído. No seu segundo ferro abriu muito cedo o quarteio colocando o ferro sem emoção. Nos restantes ferros apenas fez a batida ao piton contrário, e cravou, mas sem grande brilho, resultando a lide um pouco morna. Nuno Pires dos Amadores de Moura foi à cara deste toiro, numa primeira tentativa, o toiro derrotou expulsando o forcado da cara. Na segunda tentativa, faltou ajudas. Á terceira tentativa já não teve braços para ficar na cara do toiro, saindo magoado. Foi dobrado por João Cabeça, consumando à sua primeira tentativa e com as ajudas carregadas. Na segunda lide, João Moura andou ao seu estilo, frente a um toiro mais cómodo de investida. Ladeou na cara do toiro, cravou e rematou os ferros com alguns ladeios. Destaque vai para o quarto e quinto ferro em que partiu para o toiro provocou a investida, fez a batida ao piton contrário, deixando dois bons ferros com emoção. Para a cara deste exemplar de Cunhal Patrício, foi Jaime Fialho, Veterano do Real Grupo de Moura que concretizou à primeira tentativa sem dificuldade, com o grupo a fechar.
António Telles teve por diante um toiro que colaborou, ao que soube aproveitar a investida do exemplar desenhando uma boa lide. Bregou e cravou de alto a abaixo, destaque para o quarto ferro da ordem de muito boa nota. À cara do toiro foi David Veríssimo, o toiro entrou mal, e o forcado não recuou o suficiente. Mandou, carregou fechando-se à córnea, numa pega rija, à segunda tentativa. Na segunda lide andou igual a si próprio, António partiu de frente e cravou o primeiro curto. O segundo curto ficou um pouco a cilhas passadas. Terminou a lide com um ferro de boa nota. Cláudio Pereira fechou-se à barbela, consumando à primeira tentativa, com o grupo a fechar bem.
António Brito Paes andou irregular no seu primeiro toiro. Deixou a ferragem comprida da ordem. Nos curtos a lide não correu tão bem. Falhou o terceiro ferro por duas vezes, corrigiu a sorte e cravou. Para a pega o toiro foi pronto para o forcado João Cabrita, consumando à primeira tentativa. No sexto e último toiro da corrida, Brito Paes não quis deixar o crédito por mãos alheias, deixando os dois ferros compridos à batida no piton contrário. Nos curtos partiu para o toiro, fez a batida e cravou. Fechou a tarde do Grupo de Moura Vater rico que dobrou Aurélio Mendes, que sofreu um fortíssimo derrote, acabando por sair magoado. Na primeira tentativa de Valter Rico, andou sozinho na cara do exemplar, sofreu um forte derrote, não aguentou, acabando por sair da cara do toiro, faltando as ajudas. O forcado concretizou à sua segunda tentativa, com as ajudadas carregadas.
No final houve ainda um espectáculo de variedades taurinas, com Miguel Moura que lidou um novilho da Ganadaria de seu pai, mal apresentado, e ligeiramente escasso de forças. Miguel Moura mostrou o que diz o velho ditado, filho peixe sabe nadar. Deixou a ferragem da ordem sem problema tanto nos compridos como nos curtos, a facilidade em que partiu para o novilho fez a batida ao piton contrário e cravou, mostrou vontade de um dia vir a ser figura do toureio. Á cara do novilho foi Xavier Curtegano, concretizando ao primeiro intento.
Dirigiu a corrida Lourenço Luzio, assessorado pelo Médico Veterinário João Infante.