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Alcochete foi tudo FORCADOS!

Com 3/4 de casa preenchidos a tarde de Alcochete impressionou pela forcadagem
30 de Março de 2010 - 16:41h Crónica por: - Fonte: - Visto: 2321
Alcochete foi tudo FORCADOS!

Em prole da defesa da tauromaquia unimo-nos aos outros países taurinos. Mas falamos de portugalidade e insurgimo-nos quando as empresas portuguesas compram touros espanhóis. Hipocrisia nossa? Sim é hipocrisia criticar a compra de um excelente curro espanhol quando assim é em detrimento de um mau curro português. Fazer disso um hábito é que será muito grave. Até porque por mais imponentes que sejam os toiros não há selos de garantia para bravura e isso é que tem que ser importante. Em geral não se vai aos toiros por uma ou outra ganadaria, vamos pelas figuras do cartel mas não podemos pactuar com a destruição do que é nosso! Isso nunca. Em Alcochete lidaram-se touros bonitos e pesados de Las Monjas e de Santiago Domecq, alguns cumpridores outros a rondar a mansidão. Touros espanhóis, que valem tanto ou menos como touros portugueses.

Os cavaleiros tiveram assim que se entender com as dificuldades próprias de cada exemplar.

Luis Rouxinol lidou um Santiago Domecq de 555kg, poderoso na brega mas desinteressado da montada, o que não permitiu uma lide ao jeito do cavaleiro de Pegões. O segundo que lidou, de Las Monjas, pesava 610kg, foi um toiro insonso que arrancava aos arreões sempre que sentia poder comprometer. O cavaleiro que nunca desiste, tentou entender-se mas valeram-lhe dois sonoros toques contra tábuas os desenhos dos ferros de violino e palmo com que tentou brincar o público.

Salgueiro andou inspirado na lide do primeiro de Santiago Domecq que acusou 550kg. Cravou com justeza ao estribo e adornou-se com recortes na brega a chegar ao público numa lide com o seu cunho próprio. Na segunda parte lidou um insonso de Las Monjas com 640kg e abreviou sem esforço para se entender nos terrenos o que não passou indiferente ao público de Alcochete ressentido da falta de empenho.

Por seu turno Rui Fernandes subiu o timbre de uma para outra lide. Se com o de Santiago Domecq mostrou um pouco da sua raça conseguindo o aplauso das bancadas acabou por terminar a tarde em excelente plano. Lidou o último toiro de Las Monjas com 560kg que não acompanhou o perigo que os outros dois da mesma ganadaria.  

Assim, o cavaleiro viu na ferragem comprida que tinha um exemplar pouco codicioso mas nobre o que lhe serviu para cravar os curtos com emoção que deixou a distâncias exíguas, esperando bastante para partir para a reunião a passo muito devagar e com o impacto de uma brega a dar cova.

Mas desta corrida foi a cada pega que se sentiu a verdadeira emoção do trapio imponente das duas castas espanholas. Ouviu-se das bancadas “que pegão!!!” e o som dos aplausos tocou a pele dos aficcionados.

Abriram os mais antigos como manda a regra e do grupo foram à cara os que geralmente pegam os toiros mais duros. Foi assim que Ricardo Patusco começou a concretizar ao segundo intento, Flávio Henriques ao primeiro e por fim José Suspiro já de comboio e ao sesgo, com enormes dificuldades e depois de dobrados os dois valorosos Bruno Casquinha e Pedro Marques, concretizando assim à quinta tentativa no cômputo de todos. Foi este o toiro mais duro da tarde, que entrava com pata e sacudia com derrotes violentos assim que sentia o grupo.

Foi dos forcados da terra que se registou a grande terra da tarde. Rúben Duarte pegou à segunda tentativa com correcção mas na verdade, foi na segunda do grupo em que foi solista José Vinagre, que a dureza com que o Las Monjas entrava pelo grupo gelou o sangue a todos quantos assistiam. Apesar de não ter consumado à primeira este forcado fez o triunfo da ramagem alcochetana. Pegou também à segunda Pedro Viegas a fechar a tarde.

 

 

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