Noite insonsa em Évora na Corrida da III Festa do Forcado
Noite insonsa em Évora na Corrida da III Festa do Forcado, com a presenlça dos cavaleiros António Telles, Vítor Ribeiro, o praticante Salgueiro da Costa e o amador Mateus Prieto. Forcados da T. T. Terceirense e Amadores de Al
28 de Março de 2010 - 23:23h | Crónica por: Luís Gamito Fragoso - Fonte: - Visto: 2415 |
Numa noite em que prometia muita emoção, depois de uma bela tarde de praça cheia no Concurso de Cernelhas, tudo se desvaneceu rapidamente logo pela lotação da praça a não chegar a 3/4.
Anunciava-se os cavaleiros António Telles, Vítor Ribeiro, o praticante Salgueiro da Costa e o amador Mateus Prieto. As pegas estavam a cargo da Tertúlia Tauromáquica Terceirense e Amadores de Alter do Chão, vencedores do Concurso de Cernelhas 2010. Foram lidados seis toiros e um novilho da Herdade de Pégoras.
Abriu praça o cavaleiro António Telles diante um Pégoras de 510kg, levou o astado interessado na garupa do cavalo. Colocou dois ferros a abrir bem colocados. Para os curtos trouxe nova montada e inicia esta série com ferragem muito bem colocada e bem rematada há “moda” da Torrinha. Levou um pequeno toque na montada que em nada comprometeu o que tinha feito. A sua segunda lide foi idêntica à primeira, ou seja, a receber bem o toiro de 540kg com ferragem bem colocada. Nos ferros curtos após mudar de montada o toiro começou a ter tendência para se refugiar nas tábuas, mas o cavaleiro da Torrinha teve a preocupação de colocar o toiro nos médios com o cavalo sem recorrer ao bandarilheiro.
O cavaleiro Vítor Ribeiro está apostado em se afirmar de vez como uma figura do toureio nacional, mas a sua irregularidade nas actuações não o tem permitido chegar onde ambiciona. Em Évora o cavaleiro começou bem perante um toiro de 600kg a recebê-lo bem e a colocar bem a ferragem inicial. Nos curtos após mudar de montada rubricou uma bonita lide com ligeiras batidas ao piton contrário e a rematar os ferros ladeando com o cavalo na cara do toiro. Termina a sua primeira lide com novo cavalo, arrancando para o toiro provocando investida e com batidas ao piton contrario a terminar a lide da melhor forma. A lide do seu segundo toiro de 560kg não teve o mesmo resultado que a primeira. Recebeu bem o oponente levando-o interessado no cavalo e com a ferragem comprida bem colocada. Nos curtos a lide veio a menos, não se entendendo bem com o toiro e permitindo alguns toques na montada.
Salgueiro da Costa é outro exemplo de cavaleiro que pode ser um caso de sucesso, mas ainda denota alguma irregularidade nas suas actuações. Iniciou mal a lide de um Pégoras de 495kg colocando um ferro comprido bastante descaído, emendando a mão logo no ferro a seguir. Nos curtos a lide teve altos e baixos tentou chegar ao público com piruetas na cara do toiro embora um pouco aliviadas. No segundo do seu lote de 515kg, recebeu-o bem colocando a ferragem comprida de forma acertada. Na ferragem curta tentou agradar, mas não chegou em pleno ao ambiente frio da Arena d´Évora, com a ferragem curta a ficar um pouco descaída embora com a preocupação de rematar bem os ferros, no entanto, foi uma passagem discreta por Évora.
Para terminar a noite insonsa de toiros em na Arena d´Évora estava o cavaleiro amador Mateus Prieto, que tem mostrado alguma evolução, mas faltando algum acerto na colocação da ferragem. Recebeu um novilho Pégoras de 410kg, com 2 compridos descaídos. Nos curtos com nova montada colocou três ferros de frente descaídos e a sofrer um forte derrote no cavalo, só acertou na colocação da ferragem em três violinos que colocou, mas a sorte de violino deve servir para adornar a lide e não devem servir como recurso, porque o toureio a cavalo em Portugal deve ser feito com base em sortes frontais.
No capítulo da forcadagem o grupo açoriano da Tertúlia Tauromáquica Terceirense esteve muito bem, mostrando coesão nas ajudas e muita decisão dos forcados da cara. Pegaram à primeira os forcados Marco Sousa, Álvaro Dentinho, João Vicente e Fabrício Rico à terceira (com ajudas dividas entre o grupo da Terceira e Alter).
O Grupo de Alter do Chão garantiu a presença na Corrida vencendo o Concurso de Cernelhas, embora tenha sido uma vitória muito contestada pelo público, que preferia na sua grande maioria a vitória dos Amadores da Povoa de S. Miguel, no entanto aceita-se a decisão do júri. Os Amadores de Alter denotaram algumas carências nas ajudas recorrendo a duas pegas com ajudas cargadas. Pegaram à terceira Pedro Saldanha, Sílvio André e à primeira Nuno Basso.
Quanto aos Toiros da Ganadaria Herdade de Pégoras, todos eles estavam muito bem apresentados e colaboraram com os cavaleiros, alguns deles a revelarem codicia e a pedir contas aos cavaleiros.
Para terminar, foi uma Corrida sem ambiente nas bancadas com o publico a não aderir, lamentamos o facto de não ser anunciado o nome dos forcados no momento da pega, de se estar sistematicamente a alisar a arena durante a volta dos cavaleiros/forcados, encalhando algumas vezes no pessoal de serviço na arena. Lamentamos ainda o facto do nosso repórter fotográfico, Bruno Rosa, não ter acesso na à trincheira, mas sabemos que é uma situação alheia à Empresa Terra Brava. No entanto estamos certos que todos os pormenores menos positivos serão ultrapassados numa próxima Corrida.
Dirigiu a Corrida com acerto o Sr. Lourenço Luzio, assessorado pelo médico veterinário Dr. João Infante.
Resultado Artístico:
- António Ribeiro Telles – Volta/Volta
- Vítor Ribeiro – Volta/Volta
- Salgueiro da Costa - Silêncio/Silêncio
. Mateus Prieto - Volta