Coruche volta a ter Casa Cheia!
O público respondeu em massa ao cartel registando-se uma casa forte com aficionados “ a sério” e outros nem tanto, mas é bom que assim seja para existir discussão nas bancadas.
01 de Junho de 2010 - 09:32h | Crónica por: Pedro Foles - Fonte: - Visto: 2030 |
Realizou-se no sábado 29 de Maio, uma corrida com bastante interesse, com um cartel composto por António Ribeiro Telles, Pablo Hermoso de Mendoza e João Ribeiro Telles Junior. Toiros de Passanha e pegavam o Grupo de Montemor e de Coruche.
O público respondeu em massa ao cartel registando-se uma casa forte com aficionados “ a sério” e outros nem tanto, mas é bom que assim seja para existir discussão nas bancadas.
Abriu a corrida António Telles. Recebeu o seu primeiro Passanha na porta dos sustos montado no experiente” Opium “, colocando duas tiras correctas, de seguida foi buscar o “Santarém “, lidando bem o toiro e partindo em viagens frontais com o “Santarém “ a murchar a orelha e a desviar-se no último momento sem enganos, penso que a lide só chegou a alguns e não teve o reconhecimento merecido do público que hoje em dia frequenta as nossas praças. A pega foi consumada por João Caldeira que foi dobrar o cabo José Maria Cortes visto este ter ficado inanimado na arena após o forte impacto da reunião.
No seu segundo saiu no “Xairel” cavalo com grande expressão artística ao qual se advinha um futuro promissor, filho do “Numerário” de Paulo Ferreira este ruço tem um grande momento de reunião cravou 3 tiras correctas e expressivas, de seguida saiu no “Rondeño” filho dessa experiência (por acaso) Zootécnica que foi o Grande “Cagancho” este russo imprime grande temple às sortes, com ele o toureiro da torrinha pôs ferros com grande verdade, mas fez mais, ladeou só com uma mão nas rédeas e deu um pouco de espectáculo agradando a gregos e troianos, na que foi para mim a lide da noite. O grupo de Coruche fez também neste toiro a pega da noite levantando a bancada, acabando por os toureiros de Coruche (cavaleiro e forcado) darem a volta sob forte aplauso das gentes da sua terra.
O segundo Toiro foi lidado por Pablo Hermoso de Mendoza que recebeu o Passanha montado no “Dali” este anglo-árabe recebeu de forma magnifica o toiro dobrando-se com ele de forma magnifica, bastante expressivo este cavalo que parte em viagens frontais deixando os compridos com boa nota. Para os curtos saiu no “Chenel” cavalo craque da quadra com bastantes linhas torreiras. Com este cavalo, Pablo desenha sortes lindas, faz verdadeiros quilómetros a ladear e mostra toda a beleza do toireio de salão apesar de parecer que o cavalo está a começar a acusar a precocidade com que foi iniciado no toireio, este espectáculo agrada ao publico, o toureiro entrega-se verdadeiramente ao seu oficio e o publico adora. Pegou o grupo de Coruche de forma correcta demonstrando o bom momento do grupo.
No seu segundo recebeu o toiro montado num ruço com o seu ferro, que recebeu o toiro de forma correcta fazendo uma ligeira batida e dando emoção ao momento do ferro, abrindo o apetite para o que viria a seguir, todo um bailado a cavalo montado no “Silveti” fazendo o toureio dito moderno, ladeando, desenhando bem as sortes, no meio de todo este espectáculo aconteceu um ferro com verdadeira emoção deixando o toiro partir primeiro aguentando a investida e resultando num verdadeiro ferro, aqui sim apareceu o Pablo do tempo do “Cagancho”, “Chicuelo” e tantos outros, a lide resultou de triunfo, também este “moderno”. O grupo de Montemor fez mais uma pega à primeira tentativa de forma correcta e imponente.
O terceiro que foi lidado por João Telles foi um toiro “mal visto” que dificultou a lide do cavaleiro que só nos curtos montado no “Ojeda“ conseguia momentos interessantes mas sem grande impacto devido ao pouco jogo do toiro. Pegou por Montemor João Pedro Tavares de forma tecnicamente correcta com um grande poder de braços a demonstrar o óptimo momento que atravessa. No segundo recebeu a porta gaiola no “Bacatum” com duas tiras correctas e com bastante temple. De seguido foi buscar o “gabarito” filho do craque com o mesmo nome e que pode vir a ser o “ Tal” cavalo que faz sempre falta na quadra de um toureiro, ferros frontais emocionantes e com grande verdade, fazendo por vezes lembrar o seu pai, para rematar a lide foi buscar outro cavalo com o qual cravou 2 violinos e empolgou a bancada, agarrando desta forma o triunfo. A pega foi brilhantemente executada pelo cabo Amorim Ribeiro à primeira tentativa.
O curro de toiros foi bem apresentado e deu jogo regular, agradando ao público que merece ver mais vezes toiros Portugueses nas nossas praças.