Póvoa, muito ambiente, poucos toiros
Tarde animada na Póvoa do Varzim, com todas as condições reunidas para um bom espectáculo: cartel de interesse, grande ambiente, clima agradável e muito público nas bancadas (3/4), pena que faltassem toiros.
19 de Julho de 2010 - 23:05h | Crónica por: Pedro Santos Vaz - Fonte: - Visto: 2055 |
Abriu praça o cavaleiro António Ribeiro Telles. Em plano de maestro, o cavaleiro da Torrinha mostrou porque é a principal referência do toureio equestre clássico. Recebendo com o Xairel, cavalo que demonstra uma crescente segurança e que se confirma com uma das maiores esperanças das quadras nacionais, crava um grande segundo ferro comprido de praça a praça encontrando o toiro no centro da arena e reunindo ao estribo. Sacou para os dois primeiros curtos o Santarém, que não se apresentou na sua melhor forma. António Telles terminou a lide com o Rondeño e cravou um dos melhores ferros da tarde, o quinto, tirando o toiro de tábuas, colocando-o para partir de forma recta e reunir no centro da arena.
A Rui Salvador tocou um “cunhalpatricio” de 476 kg que se arrancava melhor para o capote que para o cavalo. Regular nos compridos, deixando apenas o terceiro um pouco traseiro, Salvador mostrou a fibra de que é feito nos ferros curtos. Sem uma quadra que lhe permita andar ao seu melhor nível, o cavaleiro de Tomar, entendeu o toiro e cravou-lhe uma boa série de curtos sempre da mesma forma (a única possível): entre o toiro e as tábuas. Saiu em boa altura deixando o público a pedir mais um ferro.
Tito Semedo enfrentou o pior do lote e não teve argumentos para se lhe opor. Terminou uma lide com muito suor e pouco proveito após cravar dois curtos.
Tito Semedo inicialmente recusou, e bem, dar a volta, foi pena que tenha cedido aos apelos do público.
Sónia Matias goza de uma imensa popularidade na Póvoa de Varzim, o público está com ela e, ao seu estilo, Sónia não defraudou as expectativas desta peculiar aficion nortenha. Cravou uma série de bons curtos com o Sultão e com a espectacularidade do Atrevido.
Se não há quintos maus, a quinta lide desta tarde reservava os melhores momentos de toureio. Em grande nível, com verdade e seriedade, Duarte Pinto atravessa um bom momento e deixou-o bem expresso na arena poveira. De frente, dando vantagens ao toiro, esperando e reunindo com valor. O toureiro de que a festa precisa, assim se sejam dadas as merecidas oportunidades. Ficou na reina o quarto curto, um grande ferro de praça a praça.
Depois da grande lide de Pinto, Francisco Palha quis também mostrar que tinha vindo à Póvoa atrás de um triunfo. Ainda sem um estilo bem definido alternando entre o clássico e o espectacular, cravou ferros de bom nível, entusiasmando o público com um par de bandarilhas e um ferro de palmo cravado ainda com as rédeas presas à cintura, deixando bom ambiente na Póvoa.
O grupo de Coruche pegou o seu lote respectivamente à segunda, primeira e segunda tentativas.
Sentido mais dificuldades o grupo de Alcochete pegou à terceira, terceira e quarta tentativa.
Uma corrida de abertura da temporada poveira que tinha tudo para ser uma grande corrida, não fosse o comportamento do Curro de Herds. de Cunhal Patricio que, apesar do peso e trapio, foi generalizadamente manso, com quase todos os toiros a descaírem bem cedo para tábuas.
Salienta-se a boa resposta do público, sobretudo quando na véspera se realizou uma corrida a poucos quilómetros e já se anuncia para o próximo sábado a corrida da RTP Norte, a mais forte da temporada poveira.