Corrida a favor da Delegação da Cruz Vermelha Portuguesa
Praça de Toiros “Amadeu Augusto dos Santos” no Montijo
31 de Agosto de 2010 - 21:50h | Crónica por: José Vogado - Fonte: - Visto: 1936 |
Praça de Toiros “Amadeu Augusto dos Santos” no Montijo, Sábado, 28 de Agosto de 2010. Corrida de Toiros a favor da Delegação local da Cruz Vermelha Portuguesa.
Delegado nomeado pela Inspecção Geral das Actividades Culturais, Senhor Manuel Jacinto, que esteve assessorado pelo Médico Veterinário Sr. Patacho de de Matos.
Banda de Música da Sociedade Filarmónica 1º. de Dezembro do Montijo.
Cavaleiros: António Ribeiro Telles – Manuel Telles Bastos – Tomás Pinto e Duarte Pinto (praticante).
Forcados Amadores da Tertúlia Tauromáquica do Montijo – Montijo e Pinhal Novo.
Dois Troféus em disputa: Troféu para a Melhor Lide a Cavalo e Troféu para a Melhor Pega.
Seis Toiros da Ganadaria de Arucci, provenientes da Herdade “El Alámo”, da localidade de Aroche (Huelva). Esta Ganadaria foi fundada no ano de 1942 por Don Juan Sánchez Tabernero, passando depois por várias mãos, até chegar às mãos do seu actual proprietário Sociedade Agropecuária Industrial de Cortegana no ano de 1992, sendo o efectivo aumentado com vacas e sementais de Ganadaria de Campos Peña. Tem Antiguidade de 25 de Maio de 1967 e a divisa azul celeste e oro.
A Corrida teve início às 22 horas, registando três quartos da lotação preenchida.
O primeiro toiro da noite, de pelagem negra ou preta como todos os restantes da camada ou curro, tinha o número 97, 4 anos de idade e o peso de 675 quilos, foi lidado a duo pelos cavaleiros António e Manuel Telles. Estiveram correctos na brega e na preparação das sortes, como também estiveram bem a cravar a ferragem comprida (dois para cada cavaleiro), pena que o António tenha sofrido um toque na montada ao cravar o primeiro, e três curtos. Cravaram mais um curto este a pedido de público e de boa nota igualmente. Escutaram música a partir do primeiro ferro curto. Assistimos a uma lide muito interessante, podendo ver-se que têm muito treino em conjunto. Pois uma lide destas características os cavaleiros tem que se conhecer muito bem, para poderem proporcionar ao público aficionado uma lide vistosa e interessante. No final volta na companhia do forcado.
O segundo toiro da noite, tinha o número 77, 4 anos de idade e o peso de 650 quilos, foi lidado pelo cavaleiro Tomás Pinto, que andou bem na preparação das sortes, deixando dois ferros compridos, ficando o primeiro um pouco descaído e o segundo foi de muito boa nota; passou para a série de curtos tendo cravado 4 curtos, deixa a montada sofrer um toque no seu segundo, o terceiro bom e o quarto foi o melhor de todos. A pedido do público crava ainda mais um curto de boa nota. Escutou música depois de cravar o primeiro curto. Volta com o forcado.
O terceiro da noite, tinha o número 100, 4 anos e o peso de 660 quilos, foi lidado pelo cavaleiro praticante Duarte Pinto. Manda retirar os seus bandarilheiros e recebe o toiro em sorte de porta gaiola, crava dois ferros compridos de boa nota, e passa para a série de 4 ferros curtos, sendo todos de boa nota. Escutou música após cravar o primeiro curto. Volta à arena com o forcado.
O quarto toiro da noite, de 4 anos e com o peso de 620 quilos, foi lidado pelo cavaleiro António Telles, que cravou três ferros compridos, o primeiro muito descaído, e os restantes de boa colocação. Passou para a série dos curtos, cravando três ferros de muito boa nota, sendo o terceiro o melhor de todos. Toca a música após cravar o terceiro, crava um quarto ferro este de palmo e de boa colocação, cravando ainda mais fero de palmo a pedido do público, igualmente de boa nota. Volta com o forcado.
O quinto toiro, tinha o número 85, 4 anos e o peso de 630 quilos, foi lidado pelo cavaleiro Manuel Telles, que cravou dois ferros compridos de boa nota, e ainda um terceiro este ficando um pouco traseiro. Passou para a série dos ferros curtos, cravando 4 curtos de boa nota, com destaque para o 4º ferro. Crava ainda mais um curto a pedido do público de excelente nota. Escutou música após cravar o segundo curto. Deu volta na companhia do forcado.
O sexto toiro, tinha o número 106, 4 anos e o peso de 670 quilos, foi lidado pelos primos Tomás e Duarte Pinto, que cravam uma série de dois ferros compridos de boa nota. Passam para a série dos ferros curtos, cravando três curtos cada um de boa nota. A pedido do público cravam mais um curto, este igualmente de boa nota. Aqui neste toiro, também nos foi dada a oportunidade de assistir a uma lide com momentos de muita qualidade e interesse. Escutam música e deram volta na companhia do forcado.
Vamos analisar a actuação dos Três Grupos de Forcados Amadores, que por Amadores serem, devem sempre honrar a sua classe, a jaqueta do Grupo que vestem, e o público nas bancadas, sem que dêem ouvidos aos muitos forcados de bancada.
O que se passou na Arena da Praça de Toiros do passado Sábado, no que diz respeito aos forcados actuantes, não se deveria ver em qualquer praça deste País.
Comprovámos através das lides que proporcionaram que os toiros tinham idade, muito peso e muito sentido, todos pouco ou nada correram durante as lides, pelo que chegaram ao momento das pegas ainda de boca fechada como se nada se tivesse passado até então. Todos os toiros desta noite bateram e derrotaram sempre muito forte, pelo que só um foi pegado à primeira tentativa.
O Grupo de Forcados da Tertúlia Tauromáquica do Montijo, coube-lhes pegar os toiros lidados em primeiro e quarto lugar. No primeiro toiro a pega esteve a cargo do cabo do grupo Márcio Chapa, que só à segunda consumou a pega com a ajuda dos restantes sete forcados na arena, sem brilho, já que foi em sorte a “sesgo”, tirando pois todo o brilho à pega. Por bater muito forte, três forcados receberam assistência médica.
No quarto toiro foi forcado da cara Paulo Henrique, que só conseguiu consumar a pega à terceira tentativa com a ajuda dos restantes elementos, conseguindo uma boa pega.
O Grupo de Forcados do Montijo, coube-lhes pegar o segundo e quinto toiros. No segundo foi à cara o forcado Isidoro Cirne, que consumou a pega à terceira tentativa sem brilho.
No quinto toiro, foi forcado da cara Pedro Santos, que executou a pega ao primeiro intento, sendo uma rija e emotiva pega com o grupo a ajudar muito bem, sendo pois esta a única a ser concretizada à primeira tentativa, pelo que foi premiada com o troféu em disputa.
Ao Grupo de Forcados do Pinhal Novo, coube-lhes pegar o terceiro e sexto toiros. No terceiro foi cara o cabo do grupo, Sandro Patraquim, que saíu lesionado à segunda tentativa, seguiram-se várias tentativas para pegar o toiro de cernelha e depois de novo de caras, mas sempre sem sucesso, pelo que após estas tentativas o toiro recolheu aos currais sem que a pega tenha sido executada, por ordem do Director de Corrida. Atitude correcta do Director, pese embora alguns forcados tentassem impedir que o toiro recolhesse aos currais, pelo que foi preciso a intervenção da polícia.
No sexto toiro foi escolhido para ir à cara o forcado Nuno Varela que tentou por duas vezes consumar a pega sem sucesso, saindo lesionado; conseguiram pegar este toiro à sexta tentativa, numa sorte sem brilho algum, dado que a mesma foi em sorte a “sesgo” com DEZ forcados em praça para executar a pega. Uma pega de caras deve ser realizada por OITO forcados, embora possa saltar um ou mais elementos à arena, no caso de ser necessário socorrer algum colega que necessite de assistência ou apoio.
Diz o Decreto Regulamentar (Regulamento Tauromáquico) em vigor no Artigo 44º. ponto 2 o seguinte: “As pegas de caras ou de cernelha não podem exceder os cinco minutos e três tentativas, sendo dados avisos pelo Director ou Delegado de Corrida ao fim de dois ou dos quatro minutos”.
Ponto 3 – Quando uma modalidade da pega for utilizada como recurso de outra frustrada, não se pode recorrer de novo à inicial, aplicando-se à modalidade de recurso o disposto no número anterior.
Uma vez mais gostámos muito do Jogo de Cabrestos enviados pela Casa Agrícola de Dona Felicidade Dias de Benavente. Jogo composto por sete cabrestos jovens ainda, (o mínimo poderá ser de seis), mas que já tem um bom desempenho na recolha dos toiros.
No final o Júri atribiui o Troféu para a Melhor Lide a Cavalo a Duarte Pinto, e o Troféu para Melhor Pega a Pedro Santos dos Amadores do Montijo.
Foto: Grupo de Forcados Amadores do Montijo, na praça do Montijo, na tarde de 26 de Setembro de 2009´.
Foto tirada por: José Vogado