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Alternativa de Francisco Palha -Montijo - 31 de Julho de 2009

02 de Agosto de 2009 - 16:21h Crónica por: - Fonte: - Visto: 2477
Alternativa de Francisco Palha -Montijo - 31 de Julho de 2009 A noite começa com a sumptuosidade de uma gala à antiga portuguesa,com as tradicionais cortesias e com uma singela e bonita homenagem pela Aplaudir, Lda., a António Badajós.
Com 79 anos de idade e 60 de alternativa, foi exímio bandarilheiro, retirado agora há 18 anos, e co-fundador, em 1958 (com o seu irmão Manuel Badajós) da escola de toureio apeado da Vila de Coruche da qual saíram matadores de nomes tão sonantes quanto os de Vítor Mendes ou José Falcão.
Fez-se seguir o breve cerimonial de alternativa - sempre emotivo, e por fim, já pelas 22h30 se deu início à corrida abrindo praça o praticante que dali passaria a cavaleiro.

FRANCISCO PALHA

1º Passanha, n.º 568, 540kg, 4 anos, negro bragado meano (3 compridos e 5 curtos)

Depois de levar o toiro para uma brega em bom estilo, durante a qual recebe um ligeiro toque à garupa, deixa o toiro nos médios para cravar os 3 compridos à tira sem enganos e com o valor daqueles ferros em que o toiro se adianta tanto na viagem que parecem impossíveis de concretizar.
A ferragem curta seguiu em bom timbre. Cuidando de ligar-se ao toiro e fazendo também ligar as sortes, cravou o 1º curto à tira cilhas passadas para depois passar em falso mas aproveitando a brega para colocar o toiro novamente em sorte, donde lhe dá vantagem para cravar o 2º frontal e ao estribo em excelente nota. No 3º e 4º deixa o toiro em tábuas depois da brega, para citar praça a praça, cravando ao estribo mas recebendo toque na montada dado o atrevimento dos respectivos remates.
Já com o colaborante toiro a menos, termina depois de uma passagem em falso com a cravagem em sorte carregada ao píton contrário bem ao estribo e bem emotiva.

6º Passanha - n.º 545, 525kg, 4 anos, negro gravito (2 compridos e 7 curtos)

Se Francisco Palha seguiu o estilo do padrinho de alternativa na lide do seu 1º, quis agora seguir o estilo do que testemunhou o doutoramento. Assim, este manso, que foi o pior do lote, teve uma lide para esquecer.
Quis cravar o 1º comprido com batida ao píton contrário mas a montada, sentindo-se comprometida, não lhe deu a saída nesse píton e foi colhida ao mesmo tempo que o cavaleiro cravou o ferro no fim da coluna vertebral do toiro. Envergonhado, o cavaleiro procura repetir a sorte no 2º, agora com mais terreno, mas volta a receber sonoro toque.
O 1º curto foi de boa nota pelo cite templado e reunião ao estribo, e parecia vir em emenda, já que foi dando cova e voz ao toiro para evitar que se distraísse, dando-lhe também tempo para entrar em sorte.
Porém, no 2º insistiu o cavaleiro na batida ao corno contrário mas a nova montada também lhe negou provimento, o que resultou em outra colhida.
O 3º e 4º foram cravados em sorte de caras e novamente, neste último recebeu toque agora com a montada a não se dobrar no quarteio.
Troca a montada novamente, passa em falso, recebe novo toque à garupa, falha um violino a tábuas e acaba por cravar o 5º dessa forma.
O 6º foi bem entendido: com um cite de piruetas crava de caras recebendo o toiro debaixo do braço.
O público quis dar mais uma oportunidade ao cavaleiro e pede mais um, que resulta bem executado em violino. De logo, sem que lhe pedissem saca outro e termina com um 7º de mau efeito.

ANTÓNIO TELLES

2º Passanha - (3 compridos e 5 curtos)

Com o toiro fora de sorte crava o 1º à tira a cilhas passadas sem conseguir partir o ferro e o 2º frontal mas com um toque na montada que valeu assobio, tal como o 3º, que embora mais correcto foi cravado em velocidade excessiva, já que o toiro cortava caminho ao cite. Depois da brega crava o 1º curto à tira sem reunião e os restantes 4 de caras, dando muita voz ao toiro para lhe carregar a sorte e isentado-se de temple - mas cravando com o exemplar a humilhar ao estribo, conseguindo assim terminar a lide com assobios, (tal como começou) mas agora para que cravasse "mais um".

4º Passanha -
O melhor do lote foi esperado à porta gaiola para ser levado numa brega das tábuas aos médios muito donairosa. Dos dois compridos, cravados à tira sobressaiu o 1º bem ao estribo depois do cite praça a praça.
Na ferragem curta vimos um cavaleiro andar a gosto, cheio de toreria e estética executando uma lide sem pecado - com todos os ferros cravados exactamente ao estribo em sorte frontal.

DIEGO VENTURA

3º Passanha, (2 compridos, 5 curtos e 2 palmos)
Com facilidade dobrou o toiro nos médios e aí o deixou para cravar à tira os 2 da ferragem comprida, que cravou recebendo ao estribo.
Assim que troca a montada inicia um brega com muito calor pelas tábuas a que o público responde de imediato, já que os pítons parecem ir roçando a montada no ladear, sem que na verdade isso fosse acontecendo. Crava o 1º e 2º curtos com batida ao píton contrário; O 3º, 4º e 5º em sorte de caras a curtas distâncias e seguidos os últimos de várias mordidelas do "Morante" nos pítons do toiro, fazendo as delícias do público e o riso geral.
Como lhe pedem muito mais um ferro, vai buscar o belíssimo albino "Ginés" que dança como nenhum outro e crava dois palmitos que o rejoneador remata agarrando-se ao píton do toiro para terminar a lide em grande plano.

5º Passanha
Com sorte carregada ao píton contrário crava os dois compridos, embora não tenham tido grande luzimento pela escassez de investida do toiro.
Nos curtos opta por cravar frontal com saída quarteando ou com batida ao píton contrário sempre procurando remates vistosos, mas aos quais falta toiro, resultando portanto numa lide de pouca transmissão.

PEGAS

1ª GFA Santarém - António Grave de Jesus - 1ª Tentativa
Começa de largo o cite para carregar a sorte nos médios a que o toiro acode a galope permitindo ao forcado, recuar e receber eficaz à córnea, sem se fechar completamente de pernas. Acabou por dar espectacularidade à pega que se consumou com o grupo a ajudar muito coeso.
O rabejador actuou com rapidez, auxíliou com muita eficácia e rematou a pega com toda a elegância de uma saída perfeita aos médios.

2ª GFA Alcochete - Rui Baptista - 3ª Tentativa

1ª Tentativa
O forcado não conseguiu obter momento de reunião. Quando o toiro saiu em investida pouco franca não recuou o suficiente que lhe permitisse mandar até esse momento acontecer. Assim, tentou fechar-se mas com um píton entre as pernas foi desfeiteado.

2ª Tentativa
Com o toiro já a complicar, o forcado volta a falhar a pega depois de ir tirar a investida pisando os terrenos (agora mais exteriores). Apesar de carregar a sorte quando recuava a investida foi incerta e o forcado não conseguiu recuar o suficiente para a corrigir.

3º Tentativa
Redime-se agora ao aguentar com coração as indecisões de investida do toiro sem pisar os terrenos de compromisso que lhe impediram concretizar as anteriores tentativas. Obtendo investida, manda nela para se fechar à barbela com decisão assim que o toiro mete a cara por baixo.
Com o 1º ajuda a cair depois de bater de frente, acabou o rabejador por se atrasar na sua função ficando antes fechado com os restantes.
Acaba depois por sair sem graça para os médios pelas costas do toiro.

3º Toiro - GFA Santarém - João Vaz Freire - 3ª Tentativa

1ª Tentativa
Quando o forcado carrega a sorte, o toiro sai ensarilhando e por isso lhe passa ao lado.

2ª Tentativa
João Freire manda agora na investida recuando devidamente até obter reunião mas apesar de vir bem fechado à córnea, acaba por ser desfeiteado quando o toiro pára sacudindo-o em derrotes sucessivos, a que o restante grupo não corresponde com a melhor eficácia.

3º Tentativa
Cita, manda, reúne e fecha com segurança à córnea correctamente ajudado pelas primeiras e depois pelas terceiras.
Muito bem, novamente o rabejador a chegar ao toiro e depois a saír com donaire como mandam as regras.


4ª GFA Alcochete - Ruben Duarte - 4 Tentativas
Durante a lide, este toiro, que apresentava escassez de força nas mãos, recebeu capotazos que não o obrigaram a humilhar mas, antes sim, que lhe levantaram sempre a cabeça, o que veio a dificultar em muito esta pega, que quanto a nós não ficou consumada.

1ª Tentativa
O forcado não carregou a sorte quando recuava e por isso a investida sai ensarilhada para o desfeitear.

2ª Tentativa
Cumprindo agora as regras, Ruben Duarte tenta mandar mas não consegue receber correctamente porque o toiro não armou o derrote, sendo novamente tirado por alto.

3º Tentativa
Mudados os terrenos ao toiro, a investida resulta melhor, sendo que o forcado se consegue fechar à córnea embora em deficiência. O grupo não foi eficaz a ajudar e o forcado cai.

4ª Tentativa
Apesar de o director haver dado como consumada esta pega, tal não aconteceu. Pelo menos não fde forma ortodoxa. O forcado, cita, manda e reúne para se fechar de braços à córnea, porém não se fechando de pernas, ao 1º derrote perde a cara ao toiro sendo depois lá composto pelo grupo. Acabam por dar por terminada a pega mas não sem crítica.

O forcado nega dar a volta.

5ª GFA Santarém - Gonçalo Veloso - 3ª Tentativa

1ª Tentativa
Depois de um cite de muita beleza, o toiro arranca ensarilhado e o forcado apesar de carregar a sorte quando recuava acaba por meter os braços sem a reunião devida e assim recebe o toiro no peito.

2º Tentativa
O toiro sai da mesma forma ensarilhada para o forcado e este agora, recuando mais e com enorme vontade tenta fechar-se mas como fica com uma perna por cima do píton não consegue manter-se. Recebe contudo, um fortíssimo aplauso do público que lhe reconhece o querer.

3ª Tentativa
Quem já viu este forcado pegar, não carece de descrição. Foi uma pega ao seu jeito único. Cita com muita segurança, carrega e manda na investida para receber de pernas flectidas e abertas que lhe permitem encaixar na cara com uma facilidade extraordinária.
O rabejador atrasou-se na sua função mas prestou uma extraordinária 2ª ajuda a que o restante grupo correspondeu. Esteve também imponente o rabejador.

6º GFA Alcochete - Vasco Pinto - 2ª Tentativa

1ª Tentativa
Sem se comprometer nos terrenos a que foi carregar a investida, o cabo fez-se impôr no cite carregando a sorte mas também este exemplar investe ensarilhando e passa por isso ao lado sem que haja reunião.

2ª Tentativa
Pedindo a mudança de terrenos ao toiro, Vasco Pinto, consegue carregar a investida de forma a encontrar-se na reunião depois da sua célebre paradinha. Suporta com um querer desmedido um derrote violento de cima a baixo dando assim por consumada a pega fechado da barbela à córnea com o grupo a ajudar devidamente e o rabejador a fechar a noite em grande, saíndo de forma muito elegante.

Porque Francisco Palha recusou a volta, Vasco Pinto também a não deu, agradecendo antes dos médios.
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